O Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) abriu inquérito civil para investigar a dentista Iolanda Lídia Negrão, acusada de exercício ilegal da profissão e lesão corporal grave. A investigação visa apurar se a profissional possui a habilitação necessária para realizar procedimentos estéticos e se "há respeito à saúde, segurança e vida dos consumidores".

A ação do MPMS se baseia em inquérito policial que aponta que Iolanda realiza procedimentos estéticos não autorizados pelo Conselho Federal de Odontologia (CFO) e pratica atos privativos de médicos.  A dentista  se envolveu recentemente em polêmicas com pacientes que sofreram complicações após procedimentos estéticos, como necrose no nariz após rinoplastia e deformidade na boca após lipo de papada.

Pelo menos oito pacientes já entraram com ações judiciais contra Iolanda, buscando indenização por danos morais e estéticos. Em um dos casos, a vítima pede R$ 274 mil em indenização.

O promotor de Justiça Luiz Eduardo Lemos de Almeida notificou a dentista para que apresente documentos como registro profissional, comprovação de especialização em harmonização orofacial, qualificação da equipe da clínica, descrição dos procedimentos estéticos realizados, informações sobre equipamentos para atendimento emergencial e prontuários de pacientes.

"Há que se averiguar acerca das características de tais serviços prestados e reunir outros elementos, o que é de relevância para a proteção à saúde, segurança e vida dos consumidores", afirmou o promotor.

A reportagem tentou contato com Iolanda, mas não obteve retorno até o momento. Em suas redes sociais, a dentista alegou estar sofrendo "perseguição que atendia a interesses obscuros".

Anteriormente, a defesa de Iolanda afirmou que a dentista possui especialização e segue rigorosamente os padrões éticos e legais em seus procedimentos, e que todos os riscos são informados aos pacientes. A defesa ressaltou ainda que a clínica possui equipamentos de ponta e todas as autorizações necessárias para funcionamento.