Delegado da PF que fez busca e apreensão contra Augusto Aras sem autorização vira réu

Auagusto Aras foi alvo de pedido de busca e apreensão | Créditos: NELSON JR./DIVULGAÇÃO/STF

A juíza federal substituta Pollyanna Kelly, da 12ª Vara Federal do Distrito Federal, recebeu uma denúncia do Ministério Público Federal e tornou réu o delegado de Polícia Federal Bruno Calandrini por abuso de autoridade no caso em que ele pediu busca e apreensão contra o ex-procurador-geral da República Augusto Aras, além de oitiva do ex-ministro da Economia Paulo Guedes. O R7 procurou a defesa de Calandrini e aguarda manifestação. O espaço segue aberto para manifestação.

Em maio de 2022, o delegado pediu ao Supremo Tribunal Federal a realização de busca e apreensão em endereços em um inquérito que investiga o senador Renan Calheiros (MDB-AL) por supostos desvios no fundo de pensão dos Correios. O pedido foi negado pelo relator, ministro Luís Roberto Barroso.

O delegado queria ouvir Guedes, mas a defesa tentava suspender a oitiva. O então chefe da PGR publicou por engano em suas redes sociais um diálogo em que uma pessoa pedia que o procurador recebesse um dos advogados de Guedes. Foi quando Calandrini pediu a busca e apreensão.

Na denúncia, o MPF afirmou que Calandrini "cometeu abusos porque, inicialmente, não solicitou autorização ao STF para investigar Guedes nem Aras". Além disso, o delegado teria sido alertado por seu superior hierárquico de que não poderia ouvir Guedes e mesmo assim "optou, livre e conscientemente, por investigar o PGR, sem justa causa e sem autorização judicial, procedendo à obtenção de prova por meio manifestamente ilícito, visando a satisfação de interesse pessoal".

O delegado foi responsável pela investigação de suposta corrupção no Ministério da Educação que levou à prisão o ex-ministro Milton Ribeiro. Em 2022, ele pediu ao Supremo a prisão de integrantes da cúpula da Polícia Federal.

Compartilhe: