Delação de Mauro Cid cita Portela como intermediário de financiadores de atos antidemocráticos
- porRedação
- 24 de Fevereiro / 2025
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| Créditos: Reprodução/ Montedo
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), tornou públicos os vídeos da delação de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL). No depoimento, Cid confirmou que setores do agronegócio financiaram acampamentos em frente a quartéis após as eleições de 2022 e cobravam uma tentativa de golpe.
Entre os citados está Aparecido Andrade Portela, o Tenente Portela, suplente da senadora Tereza Cristina e pai da vereadora Ana Portela (PL), de Campo Grande. Ele teria pressionado Cid sobre o andamento da articulação golpista. Em uma mensagem de 26 de dezembro de 2022, questionou se “vai ser feito mesmo o churrasco”, em referência ao golpe. Segundo Cid, “carne” era um código para dinheiro.
O diálogo integra o relatório final da Polícia Federal (PF), que resultou no indiciamento de Bolsonaro, do ex-ministro da Defesa Walter Braga Netto, do presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e de outros 34 investigados por tentativa de golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
Tenente Portela também foi indiciado, mas ficou fora da denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR). Como a acusação foi dividida por núcleos de atuação, ele ainda pode ser denunciado. Segundo a investigação, Portela atuou como intermediário entre o governo Bolsonaro e os financiadores de atos antidemocráticos em Mato Grosso do Sul.
A defesa do suplente de Portela afirmou que ele “não coaduna com práticas ilícitas e antidemocráticas” e que está à disposição para esclarecer os fatos. Seu advogado solicitou acesso à íntegra do inquérito e, por isso, ele permaneceu em silêncio nos depoimentos à PF.