As 12 delegadas da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) em Campo Grande pediram para deixar seus cargos após o feminicídio da jornalista Vanessa Ricarte e a repercussão negativa sobre o atendimento prestado. A decisão foi comunicada durante uma reunião entre o secretário de Segurança Pública, Antônio Carlos Videira, e deputados estaduais.

A trágédia reacendeu o debate sobre a necessidade de aprimorar os protocolos de segurança pública e garantir a proteção das mulheres vítimas de violência. Uma das propostas em discussão é a utilização de policiais femininas nas intimações de medidas protetivas, que atualmente sofrem com a falta de pessoal e atrasos.

A Assembleia Legislativa do Mato Grosso do Sul (ALEMS) se mobilizou para discutir o tema e buscar soluções. O presidente da ALEMS, Gerson Claro, afirmou que a reunião com diversas instituições foi um primeiro passo para resolver os problemas. O deputado Coronel David, presidente da Comissão de Segurança Pública e Defesa Social, destacou que o estado já possui mecanismos de proteção à mulher, mas que é preciso aperfeiçoá-los.

Os deputados Paulo Duarte e Pedro Kemp também defenderam a necessidade de mudanças sociais e estruturais para combater a violência contra a mulher. Duarte criticou o machismo presente na sociedade, enquanto Kemp cobrou a criação da Vara da Mulher e mais concursos para policiais femininas.

As delegadas da Deam receberam apoio de colegas de outras delegacias, que divulgaram uma carta pública em defesa das profissionais. No documento, a equipe da Deam manifestou apoio irrestrito às delegadas e afirmou que elas têm sido alvo de injúrias, ataques verbais e agressões morais na imprensa, em razão da condução na morte da jornalista Vanessa Ricarte.

A equipe da Deam também expressou sua indignação diante de ataques injustos e sensacionalistas dirigidos à equipe, que se dedica há anos à proteção e defesa das vítimas de violência.

Com informações Investiga MS