Damares Alves usou fake news para beneficiar igrejas evangélicas no Marajó

| Créditos: Geraldo Magela, Agência Senado


A senadora Damares Alves (Republicanos-DF) enfrenta acusações de uso de informações falsas para beneficiar igrejas evangélicas e promover a grilagem de terras no arquipélago do Marajó (PA), durante a implementação do programa "Abrace o Marajó". A iniciativa, lançada em 2020 durante sua gestão no Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, sob o governo de Jair Bolsonaro (PL), tinha como objetivo declarado combater a exploração sexual de crianças e adolescentes na região.

Investigações do UOL revelaram irregularidades na regularização fundiária, com a emissão de Termos de Autorização de Uso Sustentável (TAUS) em áreas significativamente maiores do que o padrão, beneficiando igrejas da Assembleia de Deus e potencialmente facilitando a grilagem de terras. Dados inéditos obtidos via Lei de Acesso à Informação (LAI) indicam um aumento de 132% no tamanho médio dos terrenos regularizados durante o programa, em comparação com anos anteriores.

O governo Lula (PT) classificou as emissões como "forte indício de irregularidades" e o Ministério dos Direitos Humanos apontou para um "indicativo de fraude". A senadora nega as acusações, alegando que o programa era descentralizado e que as ações relacionadas aos TAUS foram conduzidas pela Secretaria do Patrimônio da União (SPU) sem sua interferência.

Damares Alves, que tem histórico de declarações controversas sobre o Marajó, incluindo acusações de exploração sexual de crianças sem provas, planeja liderar uma comitiva de parlamentares à região em maio. O Ministério Público Federal (MPF) processa a senadora por disseminação de notícias falsas e pede indenização de R$ 5 milhões.

Com informações da UOL

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