Chefes da Senad estão sob suspeita de vazar mandado de prisão de traficante

O deputado paraguaio Lalo Gómez, acusado de ajudar na fuga de traficante | Créditos: Divulgação

Uma investigação em andamento levanta sérias suspeitas sobre membros da alta cúpula da Senad (Secretaria Nacional Antidrogas) do Paraguai, os quais são acusados ​​de terem fornecido informações privilegiadas que permitiram a fuga do traficante sul-mato-grossense Ronaldo Mendes Nunes, de 40 anos, conhecido por suas atividades no narcotráfico.

Segundo fontes ligadas à Polícia Federal, a ação ocorreu no âmbito da Operação Sanctus, que teve desdobramentos em 8 de dezembro do ano anterior. O objetivo era prender Nunes, que estava em Pedro Juan Caballero, mediante solicitação da PF. Contudo, a Senad falhou em executar o mandato de prisão. Informações obtidas revelam que, embora tenha sido detido inicialmente, Nunes foi resgatado das autoridades paraguaias por supostas conexões com o deputado colorado Eulalio Gómez Batista, conhecido como "Lalo Gómez".

Ronaldo Mendes Nunes, fugiu do cerco da Senad | Créditos: Divulgação

Até o momento, a Senad optou por manter-se em silêncio quanto ao incidente, recusando-se a comentar sobre uma alegada intervenção política na fuga do traficante. Após a divulgação desse episódio pela imprensa, tanto a Justiça Federal quanto o Ministério Público do Paraguai se pronunciaram, confirmando a apreensão do veículo de Nunes em uma propriedade vinculada a Gómez.

Recentemente, o jornal paraguaio Última Hora publicou uma reportagem que vincula altos funcionários da Senad, incluindo Hugo Derlis Batista, diretor-geral antidrogas, e o tenente-coronel Aldo Osmar Pintos, comandante das Forças Especiais, o deputado Lalo Gómez. Alegações sugerem que esses indivíduos não estariam envolvidos no vazamento de informações confidenciais, facilitando assim a fuga de Nunes.

Tais acusações lançam dúvidas sobre a integridade da atuação da Senad, especialmente no que diz respeito à cooperação com as autoridades brasileiras no combate ao narcotráfico transfronteiriço. Enquanto isso, a caçada a Ronaldo Mendes Nunes continua em curso, enquanto os desdobramentos desse escândalo são aguardados com grande expectativa por ambos os lados da fronteira.

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