Cezário, com oito mandatos à frente da FFMS, teve salário dobrado

| Créditos: Reprodução Esporte MS

Após oito mandatos à frente da Federação de Futebol do Mato Grosso do Sul (FFMS), Francisco Cezário se vê no centro de uma investigação sobre desvio milionário de recursos. A operação "Cartão Vermelho", conduzida pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), revelou que Cezário e outros suspeitos desviaram cerca de R$ 6 milhões, provenientes tanto do Governo do MS quanto da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).

A ascensão salarial de Cezário, que viu seu "salário" mais que dobrar de R$ 20 mil para R$ 50 mil em 2021, levanta questionamentos sobre os laços entre sua longa permanência no cargo e os benefícios concedidos pela CBF aos dirigentes estaduais.

A investigação do Gaeco apontou que a quadrilha, da qual Cezário é acusado de fazer parte, operava saques frequentes em contas da FFMS, totalizando mais de 1.200 retiradas e um montante de R$ 3 milhões. Esses valores eram divididos entre os envolvidos, em transações meticulosamente planejadas para não chamar a atenção dos órgãos de controle.

Além dos desvios em contas bancárias, o esquema criminoso incluía a apropriação indevida de diárias de hotéis pagas pelo Governo do MS durante jogos do Campeonato Estadual. Os membros da quadrilha também recebiam de volta parte do dinheiro gasto em serviços e produtos contratados pela FFMS.

A operação "Cartão Vermelho" mobilizou sete mandados de prisão e diversos de busca e apreensão em Campo Grande, Dourados e Três Lagoas. A Polícia Militar prestou apoio operacional ao Gaeco durante as ações. Representantes da Comissão de Defesa e Assistência das Prerrogativas dos Advogados da Ordem dos Advogados do Brasil também estiveram presentes.

Os advogados de Cezário, André Borges e Julicézar Barbosa, afirmaram que aguardarão os esclarecimentos necessários, destacando que toda investigação deve ser submetida ao contraditório antes de conclusões definitivas.

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