A Justiça de Campo Grande decretou a prisão preventiva de Rodrigo da Silva Lopes e Alana Valéria da Silva, acusados de desviar R$ 2,7 milhões destinados à construção de 300 moradias no Bairro Vespasiano Martins. Rodrigo, ex-diretor-presidente da ONG Morhar, estava encarregado da execução do projeto em parceria com a prefeitura.

O pedido de prisão foi feito pelo promotor Humberto Lapa Ferri em fevereiro deste ano e foi acatado pelo juiz da 2ª Vara Criminal, Eduardo Eugênio Siravegna Junior, em maio. A carta precatória foi expedida para o último endereço conhecido do casal, em Joinville (SC).

Segundo a acusação, Rodrigo e Alana buscaram tumultuar a instrução criminal e a aplicação da lei penal. O juiz fundamentou a prisão como forma de garantir a ordem pública, diante do comportamento dos acusados que, após medidas cautelares, desapareceram.

A denúncia do Ministério Público de Mato Grosso do Sul foi aceita pela 2ª Vara Criminal em agosto de 2023. O convênio entre a prefeitura de Campo Grande e a ONG Morhar foi celebrado em junho de 2016, prevendo um repasse de R$ 3,6 milhões para a construção das casas.

De acordo com as investigações, apenas 42 das 300 casas previstas foram entregues, em condições precárias e algumas em risco de desabamento. O desvio de dinheiro foi realizado por meio de notas fiscais fraudulentas e transferências para a conta de Alana. Rodrigo é acusado de desviar R$ 500 mil da Morhar Organização Social em outubro de 2016.

Valdir Rodrigues da Silva, terceiro acusado, fornecia madeira para a construção e não teve pedido de prisão expedido contra ele. Todos os envolvidos foram denunciados por peculato e lavagem de dinheiro.

As casas entregues pela ONG foram consideradas impróprias para habitação em 2019, com base em laudo técnico da Emha (Agência Municipal de Habitação), e as famílias foram realocadas para outros loteamentos pela prefeitura.

Com informações Campo Grande News