Casal de advogados é preso acusado de mandar matar clientes para ficar com patrimônio avaliado em R$ 15 milhões

| Créditos: Foto: Reprodução/Correio do Estado


Dois advogados foram presos nesta terça-feira (17) em São Carlos, no interior de São Paulo, suspeitos de envolvimento na morte de um casal de empresários com quem mantinham vínculo profissional havia cerca de dez anos. Conforme a Polícia Civil, os suspeitos teriam planejado o crime para se apropriar dos bens das vítimas, que não tinham filhos.

A investigação aponta que os advogados teriam convencido o casal a transferir o patrimônio para uma holding registrada em nome dos próprios defensores, sob o argumento de proteger os bens de processos judiciais. Ainda segundo a polícia, os acusados apresentaram documentos falsos e até simularam uma ação judicial para justificar despesas inexistentes, causando prejuízo estimado em R$ 15 milhões.

As vítimas, José Ometo Pavan, de 59 anos, e Rosana Ferrari, foram encontradas mortas no dia 6 de abril deste ano. O corpo de Pavan estava na cabine de uma picape Fiat Toro, com as mãos amarradas, enquanto Rosana foi localizada na caçamba, coberta por uma lona. O veículo foi abandonado em uma área rural de São Pedro, também no interior paulista.

O casal, que atuava no comércio e na área da educação em Araraquara, havia contratado os advogados Hércules Praça Barroso e Fernanda Morales Teixeira em 2013, após enfrentarem problemas com um empreendimento imobiliário. Parte dos imóveis vendidos ainda na planta não foi entregue, o que levou compradores a ingressarem na Justiça.

Os advogados foram presos no condomínio de luxo onde residiam em São Carlos. A defesa dos suspeitos nega as acusações e afirma que vai provar a inocência deles. Segundo o advogado Reginaldo Silveira, o caso apresenta indícios frágeis e será demonstrado que o relacionamento entre os envolvidos era estritamente profissional.

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) acompanha a apuração.

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