Câmara mantém contrato de R$ 300 mil com escritório investigado, apesar de equipe jurídica própria que custa R$ 1,9 milhão ao ano
- porRedação
- 19 de Junho / 2025
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| Créditos: Foto: Divulgação/CMCG
A Câmara Municipal de Campo Grande mantém contrato de R$ 300 mil anuais com o escritório Bastos, Claro & Duailibi, mesmo possuindo uma equipe jurídica própria com cinco procuradores que custa R$ 1,9 milhão por ano. O presidente da Casa, vereador Epaminondas Neto, o Papy (PSDB), dobrou o valor do contrato, firmado sem licitação, com o escritório que é alvo da Polícia Federal na Operação Ultima Ratio.
A contratação da advogada Camila Bastos Cavalcante, ex-vice-presidente da OAB/MS, é investigada pelo Ministério Público, que apura possível irregularidade na dispensa de licitação. Camila e seu pai, o desembargador Alexandre Bastos, estão entre os investigados por venda de sentenças, corrupção e lavagem de dinheiro. O magistrado foi afastado do cargo por decisão do STJ, mantida pelo STF.
Apesar do contrato externo, a Câmara possui cinco procuradores com salários que, em maio, somaram R$ 149 mil. Os valores variam de R$ 18 mil a R$ 49 mil mensais. A nomeação do procurador-geral Luiz Gustavo Lazzari, que não pertence ao quadro efetivo, é contestada judicialmente.
Papy justificou que o escritório atua para a Câmara desde 2012 e afirmou que o contrato atual representa apenas uma renovação, com valor total anual de R$ 300 mil.