Brasileira aguarda resgate há quase dois dias após cair em trilha na Indonésia

Imagem de drone mostra publicitária brasileira Juliana Marins, que caiu em trilha na ilha de Lombok, na Indonésia | Créditos: Reprodução/UOL


O terceiro dia de esforços das equipes da Agência de Busca e Salvamento da Indonésia para resgatar a turista brasileira Juliana Marins, 26, que caiu durante uma trilha no Monte Rinjani, foi iniciado na noite de hoje (de Brasília) e manhã no horário local, informou o Ministério das Relações Exteriores em nota.
Buscas tinham sido adiadas mais cedo. A família da jovem diz que ela está desaparecida, e que não recebe informações. Segundo fonte do Itamaraty, a equipe de resgate relata condições difíceis no local. O vulcão está localizado na ilha de Lombok, a cerca de 1.200 km de distância de Jacarta.

"Desde que acionada pela família da turista, a embaixada do Brasil em Jacarta mobilizou as autoridades locais, no mais alto nível, o que permitiu o envio das equipes de resgate para a área do vulcão onde ocorreu a queda, em região remota, a cerca de quatro horas de distância do centro urbano mais próximo", diz o Itamaraty.

"O embaixador do Brasil em Jacarta entrou pessoalmente em contato com Diretor Internacional da Agência de Busca e Salvamento e com o Diretor da Agência Nacional de Combate a Desastres da Indonésia, e tem recebido das autoridades locais os relatos sobre o andamento dos trabalhos. Dois funcionários da embaixada deslocam-se hoje para o local com o objetivo de acompanhar pessoalmente os esforços pelo resgate, que foi dificultado, no dia de ontem, por condições meteorológicas e de visibilidade adversas", completou o ministério.

Vídeo de drone mostrava local em que jovem havia caído. Um vídeo feito por um turista, segundo a família, mostrou o local em que Juliana estava após cair de uma altura estimada, inicialmente, de 300 m. As equipes de resgate da Indonésia, no entanto, tentaram acessar o local hoje e não encontraram a jovem.

A família criou uma conta no Instagram para tentar obter informações sobre a Juliana. O perfil já tem mais de 190 mil seguidores e foi compartilhado por diversos famosos.
Irmã diz que ela não é vista desde a noite de ontem. "Aparentemente ela está com alguma coisa na perna, ela está deslizando", afirma Mariana Marins em vídeo publicado na tarde de hoje.

Mariana disse que o resgate não chegou até ela. As informações são de outros montanhistas em contato com a família. Ontem, no entanto, as autoridades locais afirmaram aos familiares que uma equipe havia chegado até a área montanhosa e estava estabilizando Juliana com água, comida e aquecimento.

Recebemos, com muita preocupação e apreensão, que não é verdadeira a informação que a equipe de resgate levou comida, água e agasalho para a Juliana, conforme divulgado pelas autoridades indonésias e pela embaixada do Brasil em Jacarta. 
Mariana Marins

Prefeito de Niterói, Rodrigo Neves (PDT), também afirmou que o resgate ainda não chegou até ela. ''As equipes ainda não a encontraram. Então, não procede a informação que saiu ontem de que ela tenha sido encontrada e assistida'', falou em vídeo hoje nas redes sociais.

As equipes estão no local, é um local inóspito, a mais de 3 mil metros de altitude, de um terreno arenoso. Eu passei a madrugada, o dia de ontem, acompanhando o caso, pedindo às autoridades brasileiras em Jacarta que reforçem a cobrança às equipes de resgate e às autoridades locais da Indonésia.

A família acusa as autoridades de resgate da Indonésia de terem forjado imagens. Gravações divulgadas no Instagram das equipes de resgate mostram socorristas descendo em uma corda e usando um drone térmico para tentar localizar Juliana, mas ela não aparece nas imagens. Informações veiculadas pela imprensa local diziam que Juliana havia sido localizada ilesa e em estado de choque, mas até o momento não foi informado o paradeiro da jovem.

Entenda o caso

Os principais acontecimentos internacionais e o melhor da imprensa mundial, de segunda a sexta no seu email

A publicitária Juliana Marins, de 26 anos, tropeçou e escorregou durante a trilha na noite de sexta-feira, segundo a família. Ela rolou da montanha e foi parar a cerca de 300 metros abaixo do caminho da trilha, no vulcão Rinjaji, na ilha de Lombok. Com isso, ficou debilitada e não conseguia se movimentar.

Três horas depois do acidente, um grupo de espanhóis encontrou a brasileira. A irmã dela, Mariana, vive em Niterói (RJ) e disse ao UOL que as pessoas que passaram pelo local perguntaram o nome de Juliana e tentaram achar familiares e amigos dela pelas redes sociais.

Família acompanhou situação por fotos e vídeos enviados pelos espanhóis, na espera pelo resgate. Mariana diz que tudo se agravou com o aparecimento de uma neblina e umidade muito forte, que fez com que Juliana escorregasse ainda mais da pedra. A irmã chegou a dizer que seria um ''absurdo se ela morresse por falta de socorro''.

Juliana fazia um ''mochilão'' desde o final de fevereiro com uma agência de turismo. ''A empresa de turismo que a levou ficou mentindo o tempo todo, dizendo que o resgate tinha chegado, e não tinha chegado coisa nenhuma'', fala a irmã.

Compartilhe: