Brasileira aguarda resgate há quase dois dias após cair em trilha na Indonésia
- porUOL
- 23 de Junho / 2025
- Leitura: em 7 segundos

Imagem de drone mostra publicitária brasileira Juliana Marins, que caiu em trilha na ilha de Lombok, na Indonésia | Créditos: Reprodução/UOL
O terceiro dia de esforços das equipes da Agência de Busca e Salvamento da Indonésia para resgatar a turista brasileira Juliana Marins, 26, que caiu durante uma trilha no Monte Rinjani, foi iniciado na noite de hoje (de Brasília) e manhã no horário local, informou o Ministério das Relações Exteriores em nota.
Buscas tinham sido adiadas mais cedo. A família da jovem diz que ela está desaparecida, e que não recebe informações. Segundo fonte do Itamaraty, a equipe de resgate relata condições difíceis no local. O vulcão está localizado na ilha de Lombok, a cerca de 1.200 km de distância de Jacarta.
"Desde que acionada pela família da turista, a embaixada do Brasil em Jacarta mobilizou as autoridades locais, no mais alto nível, o que permitiu o envio das equipes de resgate para a área do vulcão onde ocorreu a queda, em região remota, a cerca de quatro horas de distância do centro urbano mais próximo", diz o Itamaraty.
"O embaixador do Brasil em Jacarta entrou pessoalmente em contato com Diretor Internacional da Agência de Busca e Salvamento e com o Diretor da Agência Nacional de Combate a Desastres da Indonésia, e tem recebido das autoridades locais os relatos sobre o andamento dos trabalhos. Dois funcionários da embaixada deslocam-se hoje para o local com o objetivo de acompanhar pessoalmente os esforços pelo resgate, que foi dificultado, no dia de ontem, por condições meteorológicas e de visibilidade adversas", completou o ministério.
Vídeo de drone mostrava local em que jovem havia caído. Um vídeo feito por um turista, segundo a família, mostrou o local em que Juliana estava após cair de uma altura estimada, inicialmente, de 300 m. As equipes de resgate da Indonésia, no entanto, tentaram acessar o local hoje e não encontraram a jovem.
A família criou uma conta no Instagram para tentar obter informações sobre a Juliana. O perfil já tem mais de 190 mil seguidores e foi compartilhado por diversos famosos.
Irmã diz que ela não é vista desde a noite de ontem. "Aparentemente ela está com alguma coisa na perna, ela está deslizando", afirma Mariana Marins em vídeo publicado na tarde de hoje.
Mariana disse que o resgate não chegou até ela. As informações são de outros montanhistas em contato com a família. Ontem, no entanto, as autoridades locais afirmaram aos familiares que uma equipe havia chegado até a área montanhosa e estava estabilizando Juliana com água, comida e aquecimento.
Recebemos, com muita preocupação e apreensão, que não é verdadeira a informação que a equipe de resgate levou comida, água e agasalho para a Juliana, conforme divulgado pelas autoridades indonésias e pela embaixada do Brasil em Jacarta.
Mariana Marins
Prefeito de Niterói, Rodrigo Neves (PDT), também afirmou que o resgate ainda não chegou até ela. ''As equipes ainda não a encontraram. Então, não procede a informação que saiu ontem de que ela tenha sido encontrada e assistida'', falou em vídeo hoje nas redes sociais.
As equipes estão no local, é um local inóspito, a mais de 3 mil metros de altitude, de um terreno arenoso. Eu passei a madrugada, o dia de ontem, acompanhando o caso, pedindo às autoridades brasileiras em Jacarta que reforçem a cobrança às equipes de resgate e às autoridades locais da Indonésia.
A família acusa as autoridades de resgate da Indonésia de terem forjado imagens. Gravações divulgadas no Instagram das equipes de resgate mostram socorristas descendo em uma corda e usando um drone térmico para tentar localizar Juliana, mas ela não aparece nas imagens. Informações veiculadas pela imprensa local diziam que Juliana havia sido localizada ilesa e em estado de choque, mas até o momento não foi informado o paradeiro da jovem.
Entenda o caso
Os principais acontecimentos internacionais e o melhor da imprensa mundial, de segunda a sexta no seu email
A publicitária Juliana Marins, de 26 anos, tropeçou e escorregou durante a trilha na noite de sexta-feira, segundo a família. Ela rolou da montanha e foi parar a cerca de 300 metros abaixo do caminho da trilha, no vulcão Rinjaji, na ilha de Lombok. Com isso, ficou debilitada e não conseguia se movimentar.
Três horas depois do acidente, um grupo de espanhóis encontrou a brasileira. A irmã dela, Mariana, vive em Niterói (RJ) e disse ao UOL que as pessoas que passaram pelo local perguntaram o nome de Juliana e tentaram achar familiares e amigos dela pelas redes sociais.
Família acompanhou situação por fotos e vídeos enviados pelos espanhóis, na espera pelo resgate. Mariana diz que tudo se agravou com o aparecimento de uma neblina e umidade muito forte, que fez com que Juliana escorregasse ainda mais da pedra. A irmã chegou a dizer que seria um ''absurdo se ela morresse por falta de socorro''.
Juliana fazia um ''mochilão'' desde o final de fevereiro com uma agência de turismo. ''A empresa de turismo que a levou ficou mentindo o tempo todo, dizendo que o resgate tinha chegado, e não tinha chegado coisa nenhuma'', fala a irmã.