Barroso defende evento do Judiciário em MS e faz alerta contra pré-julgamentos

"Não realizar o encontro aqui em Mato Grosso do Sul seria um pré-julgamento", disse Barroso "Não realizar o encontro aqui em Mato Grosso do Sul seria um pré-julgamento", disse Barroso | Créditos: Ana Araújo/Agência CNJ de Notícias

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Luís Roberto Barroso, defendeu a realização do 18º Encontro do Poder Judiciário em Campo Grande, mesmo com a investigação sobre suposta venda de sentenças envolvendo desembargadores do estado.

Barroso afirmou que cancelar o evento seria um "pré-julgamento" e um "desprestígio" ao Judiciário de Mato Grosso do Sul. "Não realizar o encontro aqui seria um pré-julgamento que não corresponde à maneira como acreditamos que a vida deva ser", declarou.

O ministro ressaltou que as investigações devem seguir seu curso e, se comprovadas as irregularidades, os responsáveis serão punidos. "Se tiver ocorrido algo de errado, estamos aqui para as sanções adequadas, mas não antes da hora", acrescentou.

A Operação Última Ratio, da Polícia Federal, deflagrada em 24 de outubro, investiga a suposta venda de sentenças por desembargadores do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS). Cinco desembargadores foram afastados de suas funções e estão utilizando tornozeleiras eletrônicas.

Barroso comparou a situação a um acidente em uma autoestrada, que não representa a totalidade do sistema. "Se alguém for narrar a história de uma autoestrada focado apenas nos acidentes, não estará contando a história real", afirmou.

O evento, realizado nesta segunda-feira (2), contou com a presença de autoridades como o vice-presidente do STF, ministro Luiz Edson Fachin, o presidente do Superior Tribunal de Justiça, Herman Benjamin, e o governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel.

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