Atraso salarial paralisa obras do setor de radioterapia no HRMS

| Créditos: Foto: Alex Machado

Funcionários da Emibm Engenharia, empresa terceirizada responsável pela construção do setor de radioterapia no Hospital Regional de Mato Grosso do Sul (HRMS), cruzaram os braços na manhã desta terça-feira (9) devido ao atraso no pagamento de seus salários. A obra, retomada há oito meses após anos de trâmites burocráticos e com um investimento de R$ 9,9 milhões apenas na infraestrutura, encontra-se paralisada.

Os trabalhadores, que preferem não se identificar por medo de represálias, reuniram-se em frente ao hospital para reivindicar seus direitos. Um carpinteiro de 54 anos relatou que o pagamento, previsto para a última sexta-feira (5), não foi realizado, e que as contas não esperam. Além disso, denunciou condições precárias de trabalho, como uniformes e equipamentos de proteção individual (EPIs) desgastados, banheiros sujos e alojamentos inadequados.

Um pedreiro de 49 anos, que também preferiu o anonimato, afirmou que cerca de 20 funcionários estão sem receber seus salários. Ele ressaltou que a obra, paralisada por dez anos, agora enfrenta mais um obstáculo. "Nossas contas não esperam. Temos aluguel, comida, farmácia para pagar. Temos família para sustentar", desabafou.

A Emibm Engenharia admitiu o atraso nos pagamentos e atribuiu a situação à falta de materiais provenientes do sul do país, devido às recentes catástrofes na região. A empresa afirmou que 40% de suas compras são feitas no sul e que o pagamento dos funcionários é realizado após a medição e compra dos materiais necessários.

A empresa se comprometeu a efetuar o pagamento dos salários até a próxima quarta-feira (10) e ressaltou que o bem-estar de seus colaboradores é prioridade. O Hospital Regional, por sua vez, alegou que a obra não é de sua responsabilidade e que o pagamento dos trabalhadores é de responsabilidade do Ministério da Saúde.

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