Alerta: Parasita que pode infectar humanos é detectado em onças do Pantanal
- porRedação
- 31 de Março / 2025
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Um estudo recente da Universidade Estadual Paulista (Unesp) identificou a presença do parasita Spirometra spp., causador da rara, mas potencialmente grave, esparganose em humanos, em onças-pintadas do Pantanal. A pesquisa, conduzida entre 2022 e 2024 na Fazenda Piuval, em Mato Grosso, analisou 40 amostras de fezes de onças, revelando que aproximadamente um terço delas continha o parasita.
Segundo Felipe Fornazari, professor da FMVZ-Unesp e orientador do estudo, a alta prevalência do parasita nas onças, que atuam como hospedeiros definitivos, indica um potencial risco de disseminação para o meio ambiente. A infecção em humanos ocorre pela ingestão de água contaminada ou carne mal cozida de animais que servem como hospedeiros intermediários do parasita.
A esparganose pode se manifestar de diversas formas, com larvas se alojando no tecido subcutâneo, formando nódulos, ou, em casos mais sérios, atingindo músculos, olhos e o sistema nervoso central, podendo causar dor, inflamação, convulsões e até cegueira. Uma forma rara e agressiva da doença, a esparganose proliferativa, leva à multiplicação das larvas em múltiplos órgãos.
O diagnóstico da esparganose é realizado por exames de imagem ou pela remoção cirúrgica da larva para análise laboratorial. A prevenção inclui medidas básicas de higiene, como o consumo de água filtrada ou fervida e o cozimento adequado de carnes. Embora a morte por esparganose seja rara, a doença pode gerar complicações significativas, especialmente quando o sistema nervoso central é afetado.
A descoberta, fruto do mestrado do médico-veterinário Paul Raad, realizado por meio de sequenciamento genético, acende um alerta para a necessidade de monitoramento e medidas preventivas para evitar a transmissão da esparganose na região do Pantanal.