Nos últimos seis anos, Beto Pereira (PSDB) foi excluído das listas de políticos com contas reprovadas publicadas pelo Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso do Sul (TCE-MS), apesar de ter condenações transitadas em julgado. As listas referentes às eleições de 2018, 2020 e 2022 não incluíram o nome do tucano, mesmo com irregularidades confirmadas em processos judiciais.

Os ex-presidentes do TCE-MS, Waldir Neves Barbosa (2018) e Iran Coelho das Neves (2020 e 2022), responsáveis pelas publicações, foram afastados por corrupção. Na lista de 2024, Beto Pereira é incluído, com três processos que podem torná-lo inelegível, dois dos quais foram transitados em julgado em 2016 e 2018.

De acordo com o § 5º do art. 11 da Lei das Eleições, os Tribunais e Conselhos de Contas devem disponibilizar à Justiça Eleitoral a relação de contas rejeitadas por irregularidade insanável e decisão irrecorrível. No entanto, nas eleições anteriores, o nome de Pereira não foi incluído nas listas enviadas ao Tribunal Regional Eleitoral de MS (TRE-MS).

Os ex-presidentes Waldir Neves e Iran Coelho, ambos afastados por corrupção, não apresentaram o nome de Pereira nas listas de "contas sujas" de 2018 e 2020, apesar de outros políticos com condenações similares terem sido listados. Para as eleições de 2024, Beto Pereira aguarda a decisão do TRE-MS sobre sua possível inelegibilidade.

O conselheiro Jerson Domingos confirmou que Beto Pereira está na lista atual por ter contas rejeitadas com irregularidades insanáveis. No entanto, liminares concedidas por conselheiros indicados por Reinaldo Azambuja suspenderam temporariamente os efeitos das condenações, pendentes de decisão final da Justiça Eleitoral.

O juiz David de Oliveira Gomes Filho rejeitou uma tentativa do PSDB de censurar reportagens sobre as contas de Beto Pereira, afirmando que o debate político deve incluir críticas e que a tentativa de censura é antidemocrática.

O TCE-MS apontou diversas irregularidades na gestão de Pereira como prefeito de Terenos, incluindo elevada dívida municipal e falta de controle sobre tributos e despesas, além de contratos sem comprovação de serviços. Beto Pereira não respondeu aos questionamentos sobre o assunto.

A assessoria do TCE-MS e os ex-presidentes Waldir Neves e Iran Coelho não se manifestaram até o fechamento desta edição.

Fonte: Midiamax