Advogado recebeu R$ 20,8 milhões de JBS, aponta relatório da PF; investigações seguem em andamento
- porRedação
- 11 de Novembro / 2024
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| Créditos: Foto: Antonio Bispo/Campo Grande News
O advogado Rodrigo Pimentel, filho do desembargador afastado Sideni Soncini Pimentel, recebeu R$ 20.857.199,71 de Joesley e Wesley Batista, proprietários da JBS, entre dezembro de 2022 e agosto de 2023, conforme revelou relatório da Polícia Federal. O valor, que foi transferido em seis parcelas durante esse período de nove meses, foi enviado ao escritório Pimentel & Mochii Advogados Associados, no qual Rodrigo Pimentel tem como sócio Lucas Mochi, filho do deputado estadual Junior Mochi (MDB).
A Polícia Federal informou que, apesar de não haver indícios de crimes nos repasses, as investigações continuam em andamento. A quantia recebida pode ser maior, uma vez que se refere apenas ao período em que o sigilo bancário do escritório foi quebrado. A PF ainda destacou que Rodrigo Pimentel também é sócio de uma empresa, a B&B Representação, Soluções Médicas e Diagnósticas LTDA, que compartilha o mesmo endereço do escritório, mas não possui funcionários registrados.
O relatório da PF observou que, devido ao histórico de envolvimento da JBS em esquemas de corrupção no Brasil, especialmente com autoridades de Mato Grosso do Sul, os valores das transferências e o curto período em que ocorreram levantam suspeitas sobre um possível envolvimento de Rodrigo Pimentel em atividades ilícitas. A PF indicou que o prosseguimento das investigações poderá esclarecer a origem e a legalidade dos pagamentos realizados.
Entre as transferências realizadas, todas partiram do frigorífico JBS, que possui unidades em Campo Grande e Naviraí. Além disso, os irmãos Batista são acionistas majoritários de uma fábrica de celulose em Três Lagoas e de uma mineradora em Corumbá, que devem gerar bilhões em receita nos próximos anos.
Rodrigo Pimentel e sua irmã Renata estão sendo investigados na Operação Última Ratio, da PF, devido a suspeitas de negociações de sentenças judiciais envolvendo seu pai e o desembargador Vladimir Abreu. A investigação aponta indícios de uma possível associação criminosa entre os envolvidos, com a suspeita de que decisões judiciais tenham sido favorecidas em troca de benefícios para os filhos dos desembargadores.
Em resposta, a JBS negou qualquer envolvimento com atos de corrupção, afirmando que o escritório Pimentel & Mochii Advogados Associados recebeu honorários por atuar em diversas ações da empresa, como qualquer outro escritório contratado pela JBS.