Acusada de envolvimento no assassinato e esquartejamento de jogador de futebol tem liberdade concedida pelo juiz

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Rúbia Joice de Oliver Luvisetto, de 21 anos, ex-namorada do jogador de futebol Hugo Vinicius Skulny Pedrosa, viu sua liberdade concedida pelo juiz Túlio Nader Chrysostomo na tarde de quinta-feira (4), após cerca de oito meses de prisão. A jovem estava detida sob a acusação de participação na morte do atleta, ocorrida na madrugada de 25 de junho de 2023, em Sete Quedas, distante 468 quilômetros de Campo Grande.

Durante uma audiência de instrução realizada em 29 de março deste ano, Rúbia admitiu ter presenciado o assassinato, mas não procurou ajuda ou denunciou os culpados. Essa versão foi reiterada durante o processo judicial. A ré alegou ter se arrependido de sua omissão, afirmando que, se tivesse agido de outra maneira, ninguém estaria detido.

A defesa da jovem requereu sua liberdade provisória ao final da audiência, sendo que a decisão favorável foi proferida pelo juiz na quinta-feira. Em sua fundamentação, o magistrado argumentou a ausência de indícios de premeditação do crime por parte de Rúbia ou de sua participação ativa na execução do jogador.

"Os elementos presentes nos autos indicam que a ré teria apenas ordenado a saída da vítima de sua residência. As evidências coletadas não sugerem que Rúbia tenha um histórico de violência", declarou o juiz, acrescentando que a acusada não possui antecedentes criminais.

Embora a acusação tenha defendido a manutenção da prisão para assegurar a aplicação da lei penal, o juiz considerou que não há risco de fuga, uma vez que a mãe e o padrasto de Rúbia, corréus no processo, residem no Paraguai e já prestaram depoimento à polícia e ao tribunal.

A defesa também enfatizou que a ré se estabelecerá na cidade de Umuarama, no Paraná, sob os cuidados da avó, eliminando qualquer possibilidade de fuga para o Paraguai. Essas medidas, segundo o juiz, garantem a ordem pública, visto que Rúbia estará distante do local do crime.

A decisão provocou consternação na família do jogador. Em declaração ao Campo Grande News, a tia de Hugo expressou sentir-se "impotente" diante da liberdade concedida a Rúbia, ressaltando as variações na versão dos eventos apresentadas pela acusada.

"Hoje é um dia muito triste para mim. Ficamos dias sem dormir procurando o corpo do Hugo, enquanto ela trocava mensagens comigo todos os dias, fingindo não saber de nada. E agora ela simplesmente está livre? O Hugo não voltará mais. Era como se fosse meu filho; eu o amava muito. Confesso que fiquei muito surpresa com essa decisão", desabafou Rose Skulny.

Hugo foi esquartejado e teve partes do corpo jogadas em rio | Créditos: REPRODUÇÃO/REDES SOCIAIS

O Crime: Na madrugada de 25 de junho, Hugo Skulny saiu de uma festa em um posto de combustível em Pintoty Porã, no Paraguai, e foi deixado por amigos na casa de sua ex-namorada. Desde então, não foi mais visto. Partes de seu corpo foram encontradas no Rio Iguatemi em 2 de julho, identificadas através de uma tatuagem.

A investigação apontou que Rúbia Joice de Oliver Luvisetto e seu "ficante" Danilo Alves Vieira da Silva planejaram o assassinato de Hugo Vinícius. Rúbia foi coautora, enquanto Danilo atirou no jogador. Posteriormente, o corpo foi esquartejado com uma serra elétrica no local de desova.

Durante as investigações, foram realizadas buscas e apreensões, resultando na obtenção de celulares, veículos, embarcações, instrumentos cortantes e um DVR. Rúbia, após se entregar à polícia, afirmou que Hugo invadiu sua casa e foi baleado por Danilo durante uma discussão. Em seguida, Danilo teria feito ameaças à sua vida e à de Cleiton, coagindo-os a encobrir o crime.

A ré também afirmou que Danilo e seu amigo foram responsáveis por colocar o corpo de Hugo na carroceria de seu veículo para se livrarem do cadáver, alegando desconhecimento sobre o paradeiro do corpo e o esquartejamento.

Perícia científica usou luminol em busca de sangue no local onde corpo teria sido esquartejado | Créditos: PCMS/Divulgação

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