A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, deixou uma audiência no Senado nesta terça-feira (23) após atrito com senadores da oposição. A sessão foi marcada por discussões sobre a criação de unidades de conservação na Margem Equatorial, no Norte do país.

O momento mais tenso ocorreu quando o senador Plínio Valério (PSDB-AM) declarou que "a mulher Marina merecia respeito, a ministra não". Marina exigiu um pedido de desculpas para continuar, mas, sem resposta, decidiu se retirar. O presidente da Comissão de Infraestrutura, senador Marcos Rogério (PL-RO), cortou o microfone da ministra e a acusou de "provocação". Ele prometeu pautar nova convocação para continuar o debate.

Durante a audiência, Marina defendeu que a criação de quatro reservas ambientais não impede a exploração econômica da região e afirmou que o Ibama cumpre a lei ao analisar os pedidos de licenciamento. Segundo ela, os projetos de conservação seguem planejamento técnico e permitem infraestrutura como oleodutos e portos, desde que licenciados.

Senadores da região Norte argumentaram que as reservas dificultam os estudos para exploração petrolífera. Marina rebateu dizendo que a exigência de avaliação ambiental reflete um processo iniciado em 2008 e que visa garantir conhecimento adequado sobre as áreas. Ela também criticou o novo marco do licenciamento ambiental, aprovado recentemente no Senado, por flexibilizar exigências para obras classificadas como estratégicas.