Traficante Ronaldo Mendes Nunes permanece foragido na fronteira há 3 meses
- porRedação
- 05 de Março / 2024
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Ronaldo Mendes Nunes | Créditos: Reprodução
Há exatos três meses, o empresário Ronaldo Mendes Nunes, 40 anos, encontra-se foragido da Polícia Federal. Alvo da incisiva Operação Sanctus, que mira uma organização internacional de tráfico de drogas, Ronaldo é suspeito de estar escondido em solo paraguaio, contando com o apoio de indivíduos poderosos da região fronteiriça.
Proprietário de renomados restaurantes em Dourados e Ponta Porã, Ronaldo teve sua prisão decretada juntamente com a de seu irmão, Hermógenes Aparecido Mendes Filho, 49 anos, e outros investigados no âmbito da referida operação.
Enquanto Aparecido foi capturado em Dourados e permanece sob custódia do sistema penitenciário estadual, Ronaldo, ao que tudo indica, escapou do cerco montado pelas autoridades durante a operação, encontrando refúgio em Pedro Juan Caballero, no Paraguai.
Em janeiro último, o Campo Grande News divulgou informações sugerindo que Ronaldo teria recebido auxílio de um deputado paraguaio para evadir-se da ação da Senad (Secretaria Nacional Antidrogas) e se refugiar em território estrangeiro. Tal assertiva baseia-se em decisão da 3ª Vara Federal em Campo Grande, datada de 29 de janeiro, que rejeitou o pedido de relaxamento da prisão preventiva dos irmãos Mendes.
Três dias após o mencionado episódio, a mídia paraguaia identificou o suposto deputado como sendo Eulalio Gomez, conhecido como "Lalo". O Ministério Público do Paraguai anunciou que o político será convocado para prestar esclarecimentos sobre seu possível envolvimento na fuga do traficante brasileiro.
A Senad, embora tenha confirmado a fuga de Ronaldo, optou por não se pronunciar acerca do alegado resgate liderado por Lalo Gomez. Entretanto, veículos de comunicação paraguaios sugerem que membros influentes da agência possam estar relacionados ao vazamento de informações que propiciaram a evasão do traficante.
Adicionalmente, autoridades policiais brasileiras suspeitam que Ronaldo Mendes Nunes possa contar com a proteção de outro notório criminoso na região fronteiriça, Antonio Joaquim Gonçalves Mendes da Mota, 30 anos, também conhecido como "Dom" e "Motinha". Ambos seriam sócios em empreendimentos, incluindo os restaurantes localizados em Dourados e Ponta Porã.
"Mota" figura na lista de procurados pela Interpol com dois mandados de prisão em aberto, encontrando-se foragido desde 30 de junho do ano anterior, quando foi alvo da Operação Magnus Dominus, deflagrada pela PF com o intuito de desarticular o grupo de mercenários associados ao traficante sul-mato-grossense. Este grupo, além de prover sua segurança pessoal, tinha por objetivo intimidar cartéis rivais.
Alertado sobre a iminente ação policial, "Motinha" conseguiu fugir de helicóptero horas antes da chegada dos agentes federais à mansão de sua família em Ponta Porã. Seis mercenários que trabalhavam para ele foram detidos naquele dia, incluindo um policial do DOF (Departamento de Operações de Fronteira). Outros dois foram capturados posteriormente, enquanto três permanecem foragidos até o momento.