Uma forte comoção marcou a reconstituição do feminicídio da jornalista Vanessa Ricarte, de 42 anos, na tarde desta terça-feira (25), no Bairro São Francisco, em Campo Grande. A principal testemunha do crime, um vizinho de aproximadamente 50 anos, não conteve as lágrimas ao relembrar o ocorrido e expressar o sentimento de culpa por não ter conseguido evitar a tragédia.

O vizinho, que preferiu não se identificar, mora a cerca de 20 metros da casa da jornalista. Ele relatou ter ouvido "gritos de terror" e corrido para tentar ajudar. "Eu só corri, bati no portão para distrair ele. Voltei e acionei a polícia. Era desesperador o grito dela", detalhou o morador, visivelmente emocionado.

Ainda segundo a testemunha, ele não conseguiu pular o muro da casa para impedir as facadas do ex-noivo de Vanessa, principal suspeito do crime. "Nada que eu fale vai trazer ela de volta... não tenho muito o que falar. Sentimento de não ter podido ajudar", lamentou, chorando.

A reconstituição do crime foi acompanhada pela delegada Analu Ferraz, da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM), pela Polícia Científica e por homens do Garras. O advogado Pablo Gusmão, que representa um amigo da jornalista que sobreviveu ao ataque, também esteve presente e afirmou que os trabalhos foram "elucidativos e esclarecedores".

O caso Vanessa Ricarte chocou a cidade de Campo Grande e reacendeu a discussão sobre feminicídio e a violência contra a mulher. A jornalista foi brutalmente assassinada pelo ex-noivo, que não aceitava o término do relacionamento. O crime está sendo investigado pela DEAM, que busca esclarecer todos os detalhes e responsabilizar o autor.

A comoção da testemunha durante a reconstituição do crime demonstra o impacto da violência na vida das pessoas e a importância de combater o feminicídio. A morte de Vanessa Ricarte não pode ser em vão e serve de alerta para a necessidade de proteger as mulheres e garantir que os responsáveis por crimes como esse sejam punidos.