A senadora Tereza Cristina (PP-MS) apresentou um projeto de lei que visa impedir a criação da Fundação IBGE+, apelidada de "IBGE paralelo" por funcionários do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A senadora argumenta que a fundação não possui autorização legislativa para operar, o que configuraria uma afronta ao ordenamento jurídico brasileiro e à autonomia do Congresso Nacional.

A Fundação IBGE+ foi criada em 2024 como uma entidade de direito privado vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), e não ao Ministério do Planejamento e Orçamento, como o IBGE. A iniciativa tem gerado controvérsias e insatisfação entre os servidores do IBGE, que temem que a fundação possa comprometer a autonomia e a credibilidade do instituto.

A proposta de Tereza Cristina conta com o apoio da Confederação Nacional dos Servidores Públicos (CNSP), que parabenizou a iniciativa e reforçou seu compromisso com a defesa de serviços públicos transparentes e de qualidade.

Crise no IBGE se intensifica

Enquanto isso, a crise interna no IBGE se intensifica. O instituto divulgou um comunicado na última sexta-feira (24) alegando que a atual gestão, liderada por Marcio Pochmann, vem sendo alvo de ataques por investigar denúncias de ilícitos envolvendo servidores. O comunicado menciona a existência de consultorias privadas de servidores instaladas ilicitamente dentro do IBGE e aponta para um suposto conflito de interesses na atuação da consultoria SCIENCE, que teria recebido recursos do IBGE e do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

A crise no IBGE já resultou na entrega de cargos por parte de diretores e na exoneração de servidores da Fundação IBGE+. O clima de tensão entre a direção e os servidores aumenta a preocupação com a credibilidade e a autonomia do instituto.

(*Com informações: Agência Estado)