As intensas chuvas registradas ontem (31) resultaram em sérios transtornos para Ribas do Rio Pardo. O Terminal Rodoviário da cidade foi inundado, enquanto o emblemático Edifício Salomão, um marco histórico situado na Rua José Coleto Garcia, no Bairro Centro Velho, sucumbiu ao desabamento. Residentes atribuem o estado de deterioração do edifício à negligência ao longo do tempo, com relatos de que a estrutura já havia sido considerada insegura pelo Corpo de Bombeiros.

O professor Clésio de Goes Ferreira destacou a importância histórica do prédio, um dos primeiros a ser erguidos na cidade, embora de propriedade privada. "É uma perda significativa para nossa memória coletiva. Sua arquitetura imponente o tornava um ponto de referência inconfundível para quem chegava ao município. O edifício, ao longo dos anos, serviu como residência, casa noturna, espaço para eventos e até mesmo abrigou o primeiro cinema de Ribas", relatou.

O desabamento parcial do edifício, já em estado de abandono, ocorreu em meio às intensas precipitações. Segundo o prefeito João Alfredo Danieze (PT), goteiras inundaram o terminal rodoviário enquanto os passageiros aguardavam seus ônibus, ele afirmou que o incidente não afetou o atendimento.

Em relação ao desmoronamento do prédio histórico, o prefeito explicou que os esforços para entrar em contato com os proprietários anteriores foram infrutíferos. "O edifício não estava sujeito a qualquer forma de proteção legal", acrescentou.

De acordo com dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), as últimas 72 horas testemunharam um volume de chuva de 65 mm na região. O meteorologista Natálio Abrahão Filho revelou que, embora a expectativa para o mês de março fosse de 167,1 mm, o total registrado alcançou 195 mm, ultrapassando em 28,7 mm as previsões.

Nas redes sociais, os moradores expressaram pesar pela perda do prédio histórico. "Se a prefeitura não toma medidas para preservar nosso patrimônio cultural e histórico, o tempo e as condições climáticas se encarregam de destruir", lamentou Maria de Jesus Camargo. "Uma parte da história de Ribas do Rio Pardo se desvaneceu", escreveu Mário Rodrigues. "É triste ver um local onde tantas memórias foram criadas ser reduzido a escombros", acrescentou Izabel Alves de Souza.