A ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, visitou a área de conflito entre indígenas guaranis kaiowás e fazendeiros em Douradina (MS), nesta terça-feira (6). A visita ocorre quase um mês após o início do conflito, que resultou em 11 feridos no último fim de semana.

Acompanhada de membros do Ministério dos Povos Indígenas (MPI) e da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), a ministra conversou com representantes dos guaranis kaiowá e se comprometeu a buscar soluções pacíficas para o conflito.

Durante a visita, Guajajara afirmou que a área não será afetada pelo Marco Temporal e que o governo federal está empenhado em garantir a segurança dos povos indígenas em seus territórios. A ministra também visitou um jovem indígena ferido durante o confronto e expressou solidariedade ao povo guarani kaiowá.

O efetivo da Força Nacional na área de conflito será reforçado nos próximos dias, passando de 25 para 45 agentes. O número de viaturas também será aumentado.

Contexto do Conflito

O conflito por terras em Douradina já dura 24 dias. No último fim de semana, a violência se intensificou, resultando em 11 feridos. Os indígenas reivindicam a área como terra tradicional, enquanto os produtores rurais alegam serem proprietários legais.

A área em disputa foi delimitada pela Funai em 2011, mas o processo de demarcação ainda não foi concluído devido a ações judiciais. O Conselho Indigenista Missionário (Cimi) denuncia ameaças a indígenas por parte de "capangas armados".

O Ministério dos Povos Indígenas e a Defensoria Pública da União afirmam que a área já foi reconhecida como de ocupação tradicional indígena, e que não há determinação judicial para reintegração de posse. O MPI está atuando para prevenir novos confrontos e buscar uma solução pacífica para o conflito.