Senador critica decisão de Zanin e aponta “corporativismo” em investigações no TJMS

senador Eduardo Girão durante debate | Créditos: Andressa Anholete/Agência Senado

Durante debates no Congresso sobre supersalários, o senador Eduardo Girão (Novo-CE) criticou decisões do ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), no caso das investigações de venda de sentenças no Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS) ). Girão classificou como "corporativismo" a suspensão do uso de tornozeleiras eletrônicas para desembargadores investigados.

Na última semana, Zanin determinou a retirada do monitoramento eletrônico, mas manteve o afastamento da carga e a entrega de passaportes de quatro magistrados: Sideni Soncini Pimentel, Vladimir Abreu da Silva, Marcos José de Brito Rodrigues e Alexandre Bastos. Os desembargadores são investigados por corrupção, organização criminosa e venda de sentenças no âmbito da Operação Ultima Ratio.

Girão questiona que o caso envolve magistrados de Mato Grosso do Sul e da Bahia, questionando as decisões judiciais: “Que Justiça é essa? O corporativismo continua firme”. O senador também criticou o possível benefício da aposentadoria compulsória como proteção e os altos valores pagos ao Judiciário, citando que os tribunais destinaram R$ 12 bilhões em auxílios e gratificações em um ano.

A Operação Ultima Ratio investiga um esquema de corrupção envolvendo desembargadores, advogados e familiares, além do juiz Paulo Afonso de Oliveira e dois magistrados executivos. A suspeita de participação de ministros do STJ fez o caso ser remetido ao STF, onde corre sob sigilo. Até o momento, Zanin mantém a prisão do lobista Andreson de Oliveira Gonçalves, acusado de intermediar vendas de sentenças.

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