Em meio a desdobramentos da Operação Tromper, destinada a desmantelar um esquema de desvio de verbas públicas através de fraudes em licitações, o Secretário Municipal de Educação de Sidrolândia, Rafael Soares Rodrigues, foi destituído do cargo pela prefeita Vanda Camilo (PP). As investigações envolvem o desvio de milhões de reais da prefeitura, com a casa de Rodrigues sendo alvo de busca durante as diligências.

A decisão de exonerar Rafael foi oficializada através de publicação no Diário Oficial da Assomasul (Associação dos Municípios de Mato Grosso do Sul). Rodrigues, que tinha aspirações políticas e planejava lançar sua pré-candidatura a vereador pelo PSDB, já havia anunciado seus planos nas redes sociais, agendando um evento para o dia 5 de abril. No entanto, diante dos acontecimentos, permanece incerto se ele manterá seus intentos políticos.

O escândalo que resultou na demissão de Rafael Soares Rodrigues também levou à prisão do ex-Secretário Municipal de Fazenda, Tributação e Gestão Estratégica de Sidrolândia, Claudinho Serra, que atualmente ocupa um cargo de vereador em Campo Grande. Ambos fazem parte de um grupo de oito pessoas detidas sob acusações que incluem fraude em procedimentos licitatórios, falsidade ideológica, associação criminosa, sonegação fiscal e peculato.

A investigação revelou uma complexa trama em que a quadrilha criava empresas fictícias ou se valia de empresas já existentes para participar fraudulentamente de licitações municipais, sem possuir capacidade técnica para executar os serviços ou fornecer os bens contratados. A organização criminosa operava em dois núcleos distintos, um liderado por Claudinho Serra, composto por servidores públicos, e outro encabeçado por Ueverton da Silva Macedo, conhecido como "Frescura", e pelo empresário Ricardo José Rocamora, responsáveis por empresas vencedoras em várias licitações da prefeitura.

Para o Ministério Público, trata-se de um esquema de corrupção enraizado na administração municipal de Sidrolândia, formado por agentes públicos e privados com o intuito de obter vantagens ilícitas através de fraudes licitatórias e desvio de dinheiro público.

Os detalhes da investigação revelam que inicialmente Ueverton da Silva estava no foco das autoridades, mas com o avançar das diligências, incluindo quebras de sigilo e análise de materiais apreendidos, concluiu-se que Claudinho Serra era o verdadeiro líder do esquema.

Além de Rodrigues e Serra, foram detidos na operação Cláudio Jordão de Almeida Serra Filho (Claudinho Serra), Carmo Name Júnior, Ueverton da Silva Macedo (Frescura), Ricardo José Rocamora Alves, Milton Matheus Paiva Matos, Marcus Vinícius Rossentini de Andrade Costa, Ana Cláudia Alves Flores e Thiago Rodrigues Alves. Além disso, vários mandados de busca e apreensão foram executados em residências e empresas ligadas ao caso.