Uma força-tarefa resgatou 350 peixes ilhados no Rio da Prata, entre os municípios de Jardim e Bonito, em operação realizada entre os dias 1º e 3 de outubro. Os animais foram encontrados em uma área com baixo nível de água e oxigênio, o que colocava em risco a sobrevivência do cardume.

A ação foi coordenada pelo Instituto Homem Pantaneiro (IHP) e contou com a participação de diversas instituições, incluindo o Ministério Público Estadual de Mato Grosso do Sul (MPE-MS), a Polícia Militar Ambiental, o Instituto das Águas da Serra da Bodoquena (Iasb) e o Instituto Guarda Mirim de Jardim.

Segundo o IHP, essa não é a primeira vez que o problema ocorre na região. Em julho, 200 peixes já haviam sido resgatados em situação semelhante. O presidente do IHP, Ângelo Rabelo, alertou para a gravidade da situação e a necessidade de medidas para proteger as nascentes do Rio da Prata.

"A situação das nascentes é altamente preocupante.  Temos um alerta que sinaliza a perda de força e vitalidade do rio", afirmou Rabelo. Ele também citou como fatores de risco a presença de drenos e outros passivos ambientais na região.

O biólogo Sérgio Barreto, coordenador do Programa Cabeceiras do Pantanal, explicou que o resgate foi realizado em um local de difícil acesso e que os peixes precisaram ser oxigenados antes de serem realocados. Entre as espécies resgatadas estão curimbatá, piraputanga, dourado, cascudo, piau e lambari.

O trecho do Rio da Prata afetado pela seca tem mais de 10 km de extensão. Em algumas áreas, o rio secou completamente, enquanto em outras a lâmina de água tem apenas alguns centímetros de profundidade.