A Rússia deu início, nesta segunda-feira (24), a uma série de exercícios militares envolvendo o uso de mísseis balísticos intercontinentais Yars, segundo a agência estatal russa RIA Novosti e o Ministério da Defesa do país.

Os lançadores, também conhecidos como RS-24, são considerados uma das armas mais poderosas do arsenal russo. Eles foram enviados com ogivas nucleares para posições de campo nas regiões de Sverdlovsk e Altai, próximas à fronteira com o Cazaquistão.

Desenvolvido nos anos 2000 e incorporado às forças armadas em 2010, o Yars tem capacidade para atingir alvos a até 12.000 quilômetros de distância -- o suficiente para alcançar a Europa e a América do Norte.

De acordo com a RIA, o míssil tem 22,5 metros de comprimento, dois metros de diâmetro e pesa cerca de 49.600 kg. Ele pode carregar até três ogivas nucleares e 1.200 kg de carga útil.
Segundo o Ministério da Defesa russo, os exercícios têm como objetivo treinar tarefas de engenharia e defesa contra ameaças radiológicas, químicas e biológicas. Regimentos das Forças de Mísseis Estratégicos foram mobilizados para as manobras, descritas como planejadas.

O governo russo não fez ameaças diretas a outros países nem forneceu detalhes adicionais sobre a operação. Os exercícios ocorrem em meio às negociações para um cessar-fogo na Ucrânia e à reaproximação entre a Rússia e os Estados Unidos.

Manobras militares
Os mísseis Yars já haviam sido usados como um alerta ao Ocidente sobre os riscos de um conflito nuclear em 2024, em um contexto de alta tensão devido à guerra na Ucrânia. Em fevereiro deste ano, novas manobras foram realizadas em uma área próxima ao Volga.

O Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIS, na sigla em inglês) diz que os primeiros testes com o Yars ocorreram em 2007. Desde então, o míssil tem sido frequentemente utilizado em exercícios militares russos.