Um relatório divulgado pela ONG Repórter Brasil expõe graves problemas nas condições de trabalho em frigoríficos de Rondônia e Mato Grosso do Sul. Em MS, a unidade da Marfrig em Bataguassu foi alvo de denúncias, com 95% dos entrevistados relatando problemas de saúde relacionados ao trabalho e 36% afirmando terem sofrido acidentes.

A pesquisa, realizada em 2023, ouviu 63 trabalhadores e ex-trabalhadores, além de especialistas do setor. Em Bataguassu, 22 entrevistas foram realizadas em duas plantas da Marfrig. Entre os problemas relatados estão exposição a vazamentos de amônia, falta de pausas obrigatórias, excesso de horas extras, falta de equipamentos de proteção individual (EPIs) e desconforto térmico.

Trabalhadores relataram ritmo acelerado, cortes, dores nas costas, temperaturas extremas, ansiedade e depressão como parte do cotidiano. Uma trabalhadora afirmou ter sido obrigada a trabalhar mesmo após desmaiar na fábrica.

Em resposta, a Marfrig negou as acusações, afirmando que as atividades são realizadas dentro dos padrões legais de segurança e saúde, sem ritmo acelerado ou jornadas extenuantes.

O relatório da Repórter Brasil conclui que diálogo, prevenção e fiscalização são cruciais para solucionar os problemas do setor, e sugere medidas como pausas para recuperação, exercícios no local de trabalho e redução da jornada e das horas extras.