Relatório da PF revela irregularidades em contratos de pedágio e negócios do conselheiro do TCE-MS

| Créditos: Reprodução/Correio do Estado

A Polícia Federal revelou um esquema de lavagem de dinheiro envolvendo o conselheiro afastado do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Osmar Domingues Jeronymo, e o empresário Nabor Barbosa Filho, ligado à empresa Porto Morrinho, que explorou o pedágio da ponte sobre o Rio Paraguai na BR-262, em Corumbá, por 14 anos.

A investigação aponta que Jeronymo teria emprestado R$ 3 milhões a Nabor, recebendo como pagamento um apartamento de alto padrão registrado em nome de terceiros. O esquema envolveria ainda a compra de direitos de pesquisa de minério sem valor para "esquentar" o dinheiro.

A Porto Morrinho arrecadou cerca de R$ 430 milhões com o pedágio, repassando apenas 13,7% ao governo estadual. A ponte foi devolvida em estado precário, com obras de reparo custeadas pelo Estado.

O delegado responsável pelo caso encaminhou o relatório à Justiça Federal para apurar os crimes de lavagem de dinheiro. O conselheiro teve seu afastamento decretado por 180 dias, mas o pedido de prisão foi negado.

Histórico de irregularidades e influência política

O contrato com a Porto Morrinho foi assinado em 2008, quando Jeronymo era secretário de Governo. Ele foi nomeado conselheiro do TCE em 2014, mantendo influência política.

Em 2021, a PF já investigava Jeronymo por suspeita de usar seu sobrinho como laranja em esquemas de lavagem de dinheiro. Interceptações telefônicas revelaram ameaças de denúncia do esquema envolvendo o pedágio.

O diretor da Agesul, Mauro Azambuja Rondon, afirmou que o Estado pode acionar a empresa pelos prejuízos causados, mas não confirmou se medidas serão tomadas.

Fonte: Correio do Estado

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