Putin faz alerta aos EUA com novos termos para ataques nucleares

| Créditos: Gavriil Grigorov / SPUTNIK / AFP

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, emitiu um alerta aos Estados Unidos nesta terça-feira (19), alterando as condições para um ataque nuclear, apenas alguns dias depois que o governo do presidente Joe Biden permitiu que a Ucrânia dispare mísseis norte-americanos de forma profunda no território russo.

A doutrina atualizada, formalmente conhecida como "Os fundamentos da política de Estado no campo da dissuasão nuclear", descreve as ameaças que fariam com que a Rússia, a maior potência nuclear do mundo, contemplasse o uso de tais armas.

A Rússia considerará um ataque nuclear se ela, ou seu aliado Belarus, enfrente uma agressão "com o uso de armas convencionais que crie uma ameaça crítica à sua soberania e (ou) à sua integridade territorial", diz a nova doutrina.

A doutrina anterior, estabelecida em um decreto de 2020, dizia que a Rússia poderia usar armas nucleares no caso de um ataque nuclear por um inimigo ou um ataque convencional que ameaçasse a existência do Estado.

Outras alterações incluem considerar qualquer ataque convencional à Rússia por uma potência não nuclear apoiada por uma potência nuclear como um ataque conjunto. Qualquer ataque com aeronaves, mísseis de cruzeiro e aeronaves não tripuladas que cruze as fronteiras da Rússia também poderia desencadear uma resposta nuclear.

"A agressão contra a Federação Russa e (ou) seus aliados por parte de qualquer Estado não nuclear com a participação ou apoio de um Estado nuclear é considerada um ataque conjunto", diz a doutrina.

"A agressão de qualquer Estado de uma coalizão militar (bloco, união) contra a Federação Russa e (ou) seus aliados é considerada como agressão pela coalizão (bloco, união) como um todo."

O Kremlin disse que a Rússia considera as armas nucleares como um meio de dissuasão e que o objetivo do texto atualizado é deixar absolutamente claro para os inimigos em potencial a inevitabilidade da retaliação caso eles ataquem a Rússia.

Juntos, a Rússia e os EUA controlam 88% das ogivas nucleares do mundo. Putin é o principal tomador de decisões da Rússia sobre o uso do arsenal nuclear do país.

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