Presidente do Consórcio Guaicurus evita dados em CPI e mantém resistência a ar-condicionado e renovação de frota

| Créditos: Foto: Izaias Medeiros/CMCG


O diretor-presidente do Consórcio Guaicurus, Themis de Oliveira, não apresentou informações detalhadas durante depoimento à CPI do transporte público nesta quarta-feira (18). Enquanto prometeu enviar números posteriormente, reafirmou a impossibilidade de instalar ar-condicionado nos ônibus e renovar a frota sem subsídios governamentais.

Themis, que assumiu o cargo em janeiro, substituindo João Resende (que permanece na diretoria), justificou que a troca de 200 veículos exigiria um financiamento de R$ 170 milhões. A CPI aguardava também o depoimento do sócio-proprietário Paulo Constantino, que não compareceu alegando motivos de saúde. Os vereadores avaliam convocá-lo novamente na próxima semana.

Custos e frota envelhecida
A relatora da CPI, Ana Portela (PL), questionou o aumento nos custos de manutenção, que passaram de 76% para 87% do valor da tarifa entre 2016 e 2020. Themis não contestou os dados, mas afirmou desconhecer o levantamento sobre o crescimento das despesas operacionais (de R$ 84 mil para R$ 11 milhões).

Sobre a frota, admitiu que a idade média dos ônibus ultrapassa o limite recomendado, chegando a oito anos. Apesar de uma decisão judicial exigir a substituição de 98 veículos antigos, o Consórcio recorreu, alegando inviabilidade financeira.

Ar-condicionado e superlotação
O presidente afirmou que a climatização dos ônibus só será viável se a prefeitura alterar o contrato. Quanto à superlotação, explicou que as câmeras nos veículos não monitoram a lotação em tempo real, dependendo de alertas via tablets pelos funcionários.

Questionado sobre a redução de 100 ônibus na frota, Themis atribuiu a queda à diminuição de passageiros: 40 milhões em 2023, contra uma previsão inicial de 85 milhões. Já a vereadora Luiza Ribeiro (PT) cobrou respostas sobre denúncias de linhas "fantasmas", negadas pelo executivo.

Críticas à mobilidade urbana
Themis criticou a infraestrutura viária de Campo Grande, afirmando que o tempo de deslocamento aumentou e que vias principais não comportam adequadamente os ônibus. "O problema não se resolve só com veículos novos", disse, destacando que a população continuará enfrentando demoras sem melhorias no sistema.

A CPI marcou uma audiência pública para o dia 25 de junho, com transmissão ao vivo na praça Ary Coelho, para ouvir usuários do transporte.

Compartilhe: