Presidente da Câmara descarta tensão institucional e diz que não há urgência em projeto de anistia

| Créditos: Kayo Magalhães/Câmara dos Deputados


O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-SP), afirmou nesta segunda-feira (7) que não pretende aumentar a crise institucional em torno do projeto de anistia aos envolvidos no ataque de 8 de Janeiro. Sem citar diretamente o termo “anistia”, Motta defendeu que eventuais excessos nas punições sejam corrigidos com responsabilidade.

“É preciso sensibilidade para avaliar quem realmente merece punição, sem ampliar a crise que enfrentamos”, disse, em evento na Associação Comercial de São Paulo.

Durante manifestação bolsonarista realizada no domingo (6), na Avenida Paulista, o pastor Silas Malafaia criticou Motta, atribuindo a ele a falta de apoio ao requerimento de urgência do projeto. Segundo lideranças do Centrão, o entrave teria ocorrido por insatisfação com declarações do deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), que anunciou apoio do grupo sem consenso prévio.

Questionado sobre as críticas, Motta evitou comentar. Disse apenas que o país tem outras pautas importantes além da anistia, e que o tema será tratado com “serenidade e responsabilidade”, com participação também do Senado.

“A Câmara não pode ser uma Casa de uma pauta só. O Brasil é maior que isso”, afirmou.

Parlamentares do PL, partido com maior bancada na Câmara, ameaçam obstruir votações como forma de pressão. Motta, no entanto, classificou a medida como parte do processo democrático: “Toda manifestação é válida. A obstrução é um instrumento legítimo do Legislativo”.

Na semana passada, Motta autorizou o início da tramitação, na Comissão de Constituição e Justiça, de projeto que pode beneficiar o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ), investigado por tentativa de golpe. A medida foi interpretada como um gesto aos aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro.

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