O prefeito de Corumbá, Marcelo Aguilar Iunes (PSDB), será julgado nesta terça-feira (4) por suspeitas de nepotismo e corrupção no município, localizado a 420 quilômetros de Campo Grande. A audiência será conduzida pela juíza Luiza Vieira Sá de Figueiredo, da Vara de Fazenda Pública e de Registros Públicos.

Marcelo Iunes é acusado de nomear familiares para cargos na administração municipal, uma prática que configura nepotismo. Desde 2020, ele enfrenta ações judiciais relacionadas a essas nomeações, sendo denunciado pelo Ministério Público Estadual de Mato Grosso do Sul (MPMS) por improbidade administrativa.

Em sua defesa, Iunes afirmou ao Jornal Midiamax que está confiante no julgamento, justificando que seu irmão não ocupava um cargo comissionado e que sua cunhada, sendo funcionária efetiva, não se enquadra na súmula que define parentesco para fins de nepotismo.

Em resposta às denúncias, Iunes exonerou seu irmão, Eduardo Aguilar Iunes, da presidência da Junta Administrativa da Santa Casa de Corumbá, e seu concunhado, Eduardo Alencar Batista, do cargo de Assessor-Executivo III. Essas exonerações ocorreram em cumprimento à decisão judicial da juíza Luiza Vieira Sá de Figueiredo, que acatou parcialmente um pedido de liminar do MPMS.

O Ministério Público também solicitou a suspensão dos efeitos das nomeações, a condenação de Iunes por improbidade administrativa, ressarcimento integral dos danos, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos por até cinco anos e pagamento de multa civil equivalente a até 100 vezes o valor da remuneração do prefeito.

Além de Marcelo Iunes, foram denunciados Marcelle Andrade Teixeira, Eduardo Aguilar Iunes e Eduardo Alencar Batista, respectivamente cunhada, irmão e concunhado do prefeito, todos acusados de terem sido beneficiados com nomeações em cargos comissionados na administração municipal.

O caso ganhou ampla cobertura da mídia, especialmente após reportagens revelarem que diversos parentes do prefeito foram nomeados para cargos de confiança, incluindo sua esposa e outra cunhada, o que levou o MPMS a abrir um inquérito civil para investigar as práticas na Prefeitura de Corumbá.