Prédios bicentenários em Miranda são vendidos por padres redentoristas
- porRedação
- 02 de Junho / 2025
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| Créditos: Foto: Reprodução/Guia Turístico de Salvador, Bahia, Nordeste Brasileiro e Brasil
A venda de dois prédios bicentenários pertencentes à Paróquia Nossa Senhora do Carmo, em Miranda (MS), por padres redentoristas, levanta preocupações sobre a preservação do patrimônio histórico e religioso da cidade. Os imóveis, que abrigavam a Associação Mirandense de Educação e Cultura (Amec) e a sede da Prefeitura Municipal, foram adquiridos por um empresário local, após os missionários deixarem a cidade há três anos.
Os edifícios, que são parte de um complexo arquitetônico em processo de tombamento pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), foram oferecidos inicialmente aos inquilinos, mas o empresário Aelton Albuquerque efetivou a compra. Com a venda, a Amec foi obrigada a desocupar o espaço devido ao reajuste dos aluguéis, enquanto a Prefeitura conseguiu arcar com as novas condições.
Reclamações e Esclarecimentos
Representantes da cultura local, como Maura Siufi, ex-presidente da Amec, criticam a falta de interferência do poder público na negociação, sugerindo a desapropriação dos imóveis por utilidade pública. No entanto, a Prefeitura de Miranda, por meio da Secretaria de Cultura e Turismo, esclareceu que não houve ilegalidade na venda, pois os prédios eram de propriedade privada da Igreja Católica. A prefeitura informou que não possui poder para intervir em transações privadas e que o processo de tombamento, embora em andamento, não impede a comercialização dos bens. A secretaria também destacou a instituição de um conselho municipal do patrimônio histórico e arquitetônico para realizar um inventário dos prédios históricos da cidade.
Intenções do Novo Proprietário
O novo proprietário, Aelton Albuquerque, garantiu ao Jornal Midiamax que sua intenção é preservar a história de Miranda. Ele afirmou que irá reformar e ampliar os imóveis, mas sem alterar as características existentes, focando na conservação. Albuquerque mencionou a necessidade urgente de reformas no telhado do prédio ocupado anteriormente pela Amec, que está com problemas de cupins e madeira podre. Ele também explicou que a Amec foi notificada para desocupar o local devido a irregularidades, como falta de seguro contra incêndio e aluguéis em atraso.