A Potássio do Brasil, subsidiária da empresa canadense Brazil Potash, obteve aprovação do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) para iniciar etapas cruciais do projeto Autazes: o resgate de fauna e a supressão de vegetação na área da futura mina.

Essa permissão abre caminho para a perfuração de dois poços profundos, que darão acesso à mina subterrânea de potássio, essencial para a produção de fertilizantes. O projeto representa um investimento de US$ 2,5 bilhões e é liderado pelo empresário indiano-canadense Stan Bharti.

O Brasil é altamente dependente da importação de potássio, respondendo por 97% do consumo nacional. A mina de Autazes, localizada a poucos quilômetros da selva amazônica, promete mudar esse cenário.

Quando estiver em plena operação, a mina terá capacidade para produzir 2,4 milhões de toneladas anuais de potássio até 2028, o que representa cerca de 20% da demanda do país. A expectativa é que esse número cresça para 5 milhões de toneladas anuais até 2032, atendendo 40% da demanda brasileira.

Além de reduzir a dependência externa, o projeto também promete custos logísticos menores. A empresa estima que o transporte local de potássio custará US$ 50 por tonelada, comparado com os US$ 200 por tonelada do transporte internacional. Essa vantagem será possível graças a um acordo com a Amaggi, que utilizará balsas para transportar o potássio.

O projeto da Brazil Potash é ambicioso e enfrenta desafios, como a necessidade de cumprir os prazos de execução e garantir o financiamento. O empresário Stan Bharti destaca que o sucesso da iniciativa depende da capacidade de execução e da garantia dos recursos necessários.

A recuperação dos preços do potássio, que têm apresentado oscilações nos últimos anos, também é um fator importante a ser considerado. O banco de investimentos Roth prevê uma estabilização dos preços, impulsionada pela redução da oferta global e pelo aumento da demanda.

Com a entrada em operação da maior mina de potássio do Brasil, o país não apenas fortalecerá sua segurança agrícola, mas também dará um passo importante para reduzir sua dependência de fertilizantes importados, consolidando sua posição de liderança no agronegócio global.