A Fuerza Especial de Lucha Contra el Narcotráfico (FELCN) da Bolívia desmantelou uma nova rota de tráfico internacional de cocaína que utilizava amêndoas para camuflar a droga. A descoberta ocorreu em 22 de novembro, quando uma tonelada de cocaína foi encontrada em um carregamento de amêndoas que seria exportado para a Polônia pela empresa Adonai.

A droga, avaliada em mais de US$ 3,3 milhões no mercado ilegal boliviano, estava dividida em pequenas porções e escondida em mais de 50 caixas de amêndoas. Duas mulheres, uma boliviana e outra colombiana, foram presas em flagrante na sede da empresa, localizada na periferia de Santa Cruz de la Sierra.

As investigações revelaram o envolvimento de uma servidora municipal da prefeitura de Santa Cruz de la Sierra como representante da empresa Adonai. A funcionária se apresentou à FELCN no dia 8 de dezembro, acompanhada de seu advogado, e optou por permanecer em silêncio.

A polícia boliviana suspeita que a rota aérea, partindo de Santa Cruz de la Sierra com destino à Polônia, esteja sendo utilizada pelos traficantes para evitar a fiscalização intensificada em Corumbá (MS) e nos portos do sul do Brasil.

A Adonai, empresa aberta em agosto deste ano, declarava exportar castanha brasileira descascada. A Bolívia é um dos principais exportadores mundiais de amêndoas, com a China, Alemanha, Rússia, Austrália e Estados Unidos como os maiores compradores. A crescente exportação legal abriu caminho para a exploração do tráfico internacional.

A FELCN, em colaboração com as autoridades brasileiras, intensificou a troca de informações para identificar possíveis rotas alternativas utilizadas pelos traficantes. Em Corumbá, já foram apreendidos entorpecentes escondidos em palmilhas de tênis, caixas de suco e cosméticos.

Dados da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública de Mato Grosso do Sul (Sejusp) indicam aumento de 30% na apreensão de drogas entre janeiro e novembro de 2024, em comparação com o mesmo período do ano anterior, totalizando 525 toneladas.