Piloto do narcotráfico condenado por lavagem de dinheiro: Saga de 22 anos nas sombras

| Créditos: Reprodução/TV Record

Após uma longa saga no submundo do narcotráfico, o piloto Ilmar de Souza Chaves, conhecido como Pixoxó, enfrentou a sentença da justiça. O veredito, proferido pelo juiz Bruno Cezar da Cunha Teixeira, da 3ª Vara Federal de Campo Grande, o condenou a 7 anos e 7 meses de reclusão por lavagem de dinheiro.

A condenação centra-se na aquisição de uma aeronave com fundos provenientes do crime organizado, utilizada para o transporte e lançamento de cocaína em pleno voo, uma especialidade do réu.

A investigação, desencadeada pela Polícia Federal na Operação Cavok, desvendou uma complexa rede criminosa especializada em logística aérea internacional na região de fronteira entre Ponta Porã e Pedro Juan Caballero. O esquema contava com planos de voo fictícios comunicados à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e aeronaves registradas em nome de "laranjas".

No desenrolar da operação, a PF recebeu informações sobre a chegada de aeronaves utilizadas para o tráfico de drogas no Aeroporto de Ponta Porã. No local, flagrou a aterrissagem das aeronaves Cessna Aircraft, 210L, prefixo PRUSS, e Cessna Aircraft, 210N, prefixo PRAPD. Os pilotos presentes, Ilmar Chaves e João Antonio Fim Bispo de Jesus, foram detidos.

Pixoxó negou ser o proprietário da aeronave que pilotava, mas sua tentativa de se esquivar das acusações foi em vão. As investigações mostraram que a aeronave havia passado por diferentes "laranjas" antes de ser utilizada nas operações ilícitas.

Durante o julgamento, as defesas dos réus tentaram anular a denúncia, argumentando que a abordagem policial inicial foi ilegal. No entanto, o juiz rejeitou tais alegações, considerando a operação legal e respaldada por uma extensa investigação.

O histórico criminoso de Ilmar Chaves também foi destacado no veredito, incluindo uma condenação em 1997 por atividades relacionadas ao tráfico de drogas. O piloto já havia sido mencionado em relatórios parlamentares sobre o narcotráfico e tinha conexões com figuras proeminentes do crime organizado, como Fernandinho Beira-Mar e Major Carvalho.

Além de Pixoxó, outros envolvidos no esquema também receberam suas sentenças. João Antonio Fim Bispo de Jesus foi condenado a cinco anos e sete meses, enquanto Maria Aparecida Alves Nunes e João Batista Ribeiro receberam penas iguais de quatro anos e nove meses de reclusão, todos em regime semiaberto.

Como parte da sentença, o juiz determinou a perda da aeronave Cessna Aircraft prefixo PRUSS em favor da União.

A condenação de Pixoxó é mais um capítulo sombrio em uma carreira marcada pelo crime e pela violência.

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