O diretor de Investigação e Combate ao Crime Organizado e à Corrupção da Polícia Federal, Ricardo Saadi, informou que a PF destacou equipes para monitorar a possível relação entre candidatos e facções criminosas nas eleições municipais deste ano. A declaração foi feita durante o Encontro Anual do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), realizado no Recife (PE).

Segundo Saadi, o crime organizado está presente em diversas regiões do Brasil, e uma das funções do estado é minimizar essa participação. Ele destacou a preocupação com a infiltração das facções no poder público, o que pode gerar desvio de verbas e financiamento indireto do crime.

Saadi também comentou sobre o monitoramento específico realizado pela Polícia Militar de São Paulo, que identificou uma presença significativa do Primeiro Comando da Capital (PCC) no cenário eleitoral, impulsionada pelo aumento do lucro do tráfico desde 2014.

O diretor da PF ressaltou a importância de focar na descapitalização das organizações criminosas como estratégia para enfraquecê-las. Além disso, Saadi mencionou que, apesar de o Brasil ter 72 facções, segundo relatório recente, apenas algumas têm alcance nacional e internacional, sendo estas as principais preocupações da PF.

Em relação à expansão de apostas online (bets) e sua possível ligação com o crime organizado, Saadi confirmou que há investigações em andamento e que o tema está sendo monitorado por grupos especializados da Polícia Federal e do Ministério da Fazenda.

Saadi concluiu afirmando que a PF continua atenta aos movimentos das facções criminosas e que investigações em curso buscam antecipar suas ações.

Fonte: Metrópoles