PF aponta elo entre contratos do TCE e suposto esquema de corrupção na Secretaria de Educação de MS
- porRedação
- 21 de Maio / 2025
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| Créditos: Divulgação/Polícia Federal
A Polícia Federal identificou indícios de um esquema de corrupção na Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso do Sul a partir da análise de contratos firmados entre o Tribunal de Contas do Estado (TCE-MS) e a empresa L&L Comercial, fornecedora de água mineral, café e açúcar.
Um dos contratos investigados, assinado em 2021 e avaliado em R$ 173 mil, previa a entrega de milhares de unidades desses produtos. A suspeita é de que parte dos valores tenha sido devolvida a conselheiros do TCE-MS. O contrato foi assinado no mesmo ano da Operação Mineração de Ouro, que já investigava suposto desvio de recursos na Corte.
A empresa, que tem como sócios Leila Alves e Leonardo Primo de Araújo, é apontada como central na investigação da operação Veritatis, que apura a destinação indevida de ao menos 5% de dois contratos da Secretaria de Educação, que somam mais de R$ 20 milhões.
A Veritatis foi deflagrada oito dias após a volta do conselheiro Waldir Neves ao TCE, autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF. O retorno, no entanto, foi contestado pelo ministro Francisco Falcão, do STJ, que apontou omissões na defesa de Neves e destacou indícios do envolvimento do conselheiro e de dois assessores em cobrança de propina.
Segundo despacho de Falcão, mensagens extraídas de celulares indicam pagamentos de R$ 5 mil feitos por Leonardo Primo, além de transações financeiras com assessores de Waldir Neves. A L&L recebeu R$ 316 mil do TCE entre 2018 e 2021.
Durante a operação, a PF apreendeu R$ 510 mil em imóveis ligados ao empresário Marcelo Reis, parte deles no Rio de Janeiro. A suspeita é de que os valores estejam relacionados ao esquema investigado.