Passeata é convocada por amigos para exigir justiça pela morte do ex-vereador Dinho Vital em Anastácio
- porRedação
- 13 de Maio / 2024
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| Créditos: Reprodução / Redondo News
Um grupo de amigos e familiares organizou uma passeata em Anastácio, situada a 137 km de Campo Grande, para demandar uma investigação minuciosa sobre a morte de Wander Alves, conhecido como Dinho Vital.
Ele foi fatalmente alvejado por tiros disparados por policiais após um desentendimento com o ex-prefeito Douglas Figueiredo, durante uma celebração em comemoração ao aniversário de Anastácio, na última quarta-feira (8). O evento teve lugar em uma chácara próxima à ponte do Rio Taquarussu, às margens da BR-262.
O incidente foi oficialmente registrado como homicídio decorrente de confronto com a polícia. No entanto, membros do círculo íntimo de Dinho Vital estão organizando uma passeata para a próxima quarta-feira (15), expressando descontentamento em relação à narrativa oficial da morte. Eles contestam a versão de que tenha havido confronto com os policiais, sugerindo, ao invés disso, que se tratou de uma execução.
A manifestação está programada para iniciar às 17h, na Praça de Eventos Arandú. Dinho Vital foi eleito vereador em 2016 pelo DEM, embora tenha perdido nas eleições de 2020, ficando como suplente. Ele também ocupou o cargo de secretário de Planejamento de Miranda em 2021. Nas últimas eleições municipais, em 2020, obteve 264 votos, ficando como suplente do vereador Professor Aldo (PDT).
“Nossa única exigência é por justiça. A população de Anastácio e Aquidauana se unirá”, declarou um dos apoiadores do evento.
A morte de Dinho Vital, ex-vereador de Anastácio e ex-secretário de Planejamento de Miranda, Wander da Silva Vital, de 40 anos, está sendo interpretada como execução por membros da classe política e por testemunhas da festa onde ocorreu o conflito entre Dinho e o ex-prefeito Douglas Figueiredo, culminando na tragédia.
O boletim de ocorrência do incidente foi registrado como "Homicídio decorrente de oposição a intervenção policial", indicando um confronto com a polícia. No entanto, a Corregedoria da PM iniciou uma investigação para apurar o envolvimento dos dois policiais militares, o sargento Valdeci Alexandre da Silva Ricardo e o cabo Bruno Cesar Malheiros dos Santos.
Uma fonte, que falou sob condição de anonimato ao Jornal Midiamax, revelou que Dinho foi atingido por dois tiros, um deles nas costas, sugerindo uma morte violenta e indicativa de execução pela dinâmica dos acontecimentos. Há relatos ainda de que vários disparos foram efetuados contra Dinho.
Políticos e indivíduos presentes à festa discordam da versão oficial da polícia. "Ele [Dinho] foi morto com um tiro nas costas, tudo foi armado, a missão deles era matar Dinho", afirmou um político presente à festa, que preferiu não ser identificado por receio pela sua segurança.
Um servidor público questionou o fato de o ex-prefeito Douglas Figueiredo ter policiais militares como seguranças pessoais. "Ele [Douglas] pode ordenar a morte de quem quer que seja e alegar confronto".
De acordo com testemunhas, Dinho não estava armado durante a festa e não proferiu ameaças contra o ex-prefeito Douglas em nenhum momento.
O relato de testemunhas contradiz a versão oficial da polícia. Segundo testemunhas, os policiais à paisana, que estavam armados e ao lado do ex-prefeito, o acompanharam para fora do local após o conflito. "O ex-prefeito estava a alguns metros do local da festa, nem chegou ao trevo ainda, quando os policiais voltaram lá e mataram o cara", afirmou um político.
Outro aspecto que gerou indignação na população foi o fato de os policiais envolvidos na morte de Dinho terem consumido bebidas alcoólicas durante o evento, o que poderia tê-los deixado sob influência do álcool no momento da tragédia.
Testemunhas do incidente afirmaram que tudo se resumiu a uma discussão política, uma vez que Dinho e Douglas haviam trabalhado juntos anteriormente. "Foi apenas uma discussão, ninguém sacou uma arma, não houve ameaças. Dinho chamava o ex-prefeito de corrupto, que não cumpriu suas promessas", lamentou um político.
A defesa dos policiais envolvidos confirmou que ambos consumiram bebidas alcoólicas. "Eles beberam moderadamente e estavam completamente conscientes e lúcidos, ao contrário da vítima, que estava agressiva, alterada e exaltada. No momento do incidente, no final da festa, eles não estavam sob influência de álcool", afirmou o advogado Lucas Arguelho Rocha.
Quanto às alegações de que a morte foi uma execução e não um confronto, Lucas refutou a tese. "O ex-vereador [Dinho] estava armado e apontando para eles [os policiais], que se identificaram como policiais e pediram repetidamente para que ele largasse a arma. Eles agiram para repelir a agressão injusta e iminente que estavam enfrentando, de forma moderada", explicou.
No entanto, não ofereceu uma explicação para o fato de um dos tiros ter sido disparado pelas costas de Dinho. "Sobre o tiro nas costas, não posso comentar, pois a prova pericial ainda não foi concluída para determinar quantos tiros foram disparados. A investigação ainda está em andamento", concluiu.