Valter Ulisses Martins Silva, de 27 anos, apontado como um dos líderes de uma organização criminosa de tráfico internacional de cocaína desmantelada pela Operação Prime, é acusado de subornar policiais paraguaios e planejar o assassinato de um rival e de um funcionário da quadrilha. Também há suspeitas de que ele planejava sequestrar um médico catarinense para exigir o pagamento de uma dívida de R$ 2,5 milhões do pai do profissional.

Valter é irmão de Marcel Martins Silva, de 35 anos, identificado pela Polícia Federal como o chefe da organização e responsável pela logística e compra de drogas de fornecedores sul-americanos. Marcel foi preso em um condomínio de luxo em Dourados no dia 15 de maio, enquanto Valter conseguiu escapar e continua foragido, possivelmente escondido no Paraguai.

As investigações da Polícia Federal, que embasaram os mandados de prisão e de busca e apreensão, revelaram detalhes de conversas entre Valter e outros integrantes da organização, incluindo um fornecedor de cocaína peruano e traficantes de outros estados brasileiros. Mensagens interceptadas mostraram que Valter teria pago 300 mil dólares em suborno a policiais paraguaios para evitar problemas com a lei.

Em diálogos interceptados, Valter demonstrou intenção de eliminar um traficante rival conhecido como "FF" e é suspeito de ter contratado pistoleiros paraguaios para assassinar Lider Ramon Ruiz Dias Recalde, ex-funcionário da quadrilha, em agosto de 2022. Os executores do crime, Walter Ramón Duarte Espínola e Carlos Enrique Centurión Sosa, foram presos uma semana depois pela Secretaria Nacional Antidrogas do Paraguai.

A Polícia Federal também descobriu contatos entre Valter e os supostos executores do crime, além de diálogos sobre o pagamento de advogado para os pistoleiros. Em uma conversa interceptada, Valter teria ordenado diretamente a execução de Lider Ramon.

Em outra troca de mensagens, Valter ofereceu R$ 100 mil a um contato para sequestrar um médico de Joaçaba (SC), buscando obter o pagamento de uma dívida do pai do médico. Valter teria enviado informações sobre o médico ao seu contato para facilitar o sequestro.

As autoridades continuam a buscar Valter Ulisses Martins Silva, enquanto Marcel permanece preso e Mario David Distefano Fleitas, acusado de colaborar com os irmãos Martins, também está detido.