Operação policial investiga contratos de R$ 11 milhões em Mato Grosso do Sul

| Créditos: Izabela Cavalcanti

Campo Grande, Coxim e Selvíria, no coração de Mato Grosso do Sul, são alvos de uma operação coordenada pelo Dracco (Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado) nesta quinta-feira (8). A investida visa reunir evidências de um suposto esquema de corrupção destinado a favorecer uma empresa de engenharia e consultoria da capital do estado, detentora de contratos no valor total de R$ 11 milhões com diversas prefeituras locais. A investigação ganhou fôlego após a contratação, sem licitação, de serviços de gerenciamento de obras em Selvíria, no montante de R$ 930 mil.

A ação, batizada de Operação Sem Disputa, mobiliza nove mandados de busca e apreensão. Um dos endereços vasculhados em Campo Grande encontra-se no Bairro Coronel Antonino, onde os agentes policiais saíram do local por volta das 7h30, carregando consigo uma série de documentos.

O foco das investigações recai sobre suspeitas de peculato, contratação direta ilegal e lavagem de dinheiro, com a Secretaria de Obras de Três Lagoas, distante 400 km da capital, também sendo investigada.

De acordo com as apurações preliminares, as irregularidades vieram à tona durante a análise do processo de inexigibilidade de licitação para a contratação da referida empresa de engenharia e consultoria. A velocidade incomum na tramitação do processo, concluído em apenas cinco dias, despertou suspeitas, indicando possível favorecimento à empresa alvo da operação.

Os recursos para tal contratação provêm de um contrato entre a administração municipal e a Caixa Econômica Federal, por meio do programa Finisa (Financiamento à Infraestrutura e ao Saneamento).

Em comunicado oficial, o Dracco ressaltou que "servidores públicos envolvidos no processo de licitação e contratação apresentaram divergências ao serem questionados, reforçando as suspeitas de irregularidade".

A empresa em questão é uma sociedade limitada, com capital social de R$ 200 mil, porém, desde sua criação em 2015, acumulou uma série de contratos com prefeituras do interior, totalizando R$ 11.804.947,05 em obras. As autoridades investigativas suspeitam de manobras adicionais para favorecê-la em concursos públicos.

Os mandados de busca estão sendo executados nos endereços vinculados aos investigados e foram expedidos pela 3ª Vara Criminal de Três Lagoas.

A Operação Sem Disputa conta com o suporte do Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Banco, Assaltos e Sequestros), Derf (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos e Furtos) e dos SIGs (Serviços de Investigações Gerais) de Três Lagoas e Coxim.

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