Operação da PF mira empresários da elite e fazendeiros em operação contra crimes de incêndio no Pantanal

| Créditos: DIVULGAÇÃO/PF

A Polícia Federal (PF) realizou uma operação em Corumbá, a 428 quilômetros de Campo Grande, focando em crimes de incêndio, desmatamento e grilagem de terras públicas. O Pantanal, bioma afetado por incêndios desde junho, vive uma das temporadas mais devastadoras, superando os danos de 2020.

Na ação, foram cumpridos sete mandatos de busca e apreensão, emitidos pela Justiça Federal. O superintendente da PF em Mato Grosso do Sul, Carlos Henrique Cotta D'Angelo, informou que os alvos são empresários e pecuaristas conhecidos na região. Documentos, celulares e computadores foram apreendidos para investigar a exploração ilegal da terra.

Durante a operação, as armas foram encontradas em duas propriedades, mas os detidos pagaram fiança. Uma investigação revelou que 6.419 hectares de área pública foram utilizados para fins pecuários, com evidências de que o fogo foi usado para limpar a vegetação.

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Além disso, foram identificados pelo menos 2.100 bois em terra pública, com o fazendeiro já tendo negociado 7.000 cabeças de gado. A ação é realizada em parceria com o Ibama e a Iagro, com terra prevista para ser embargada.

A PF instalou um gabinete de crise em Corumbá para monitorar os incêndios, analisando imagens de satélite que mostram a destruição da vegetação. Em 2020, a área era preservada, mas os incêndios eram frequentes.

Os danos ambientais causados ​​pela exploração estão estimados em R$ 220 milhões, considerando a morte de espécies e os efeitos sobre o bioma. Os envolvidos responderem por incêndio em mata, desmatamento, grilagem de terras e associação criminosa.

A operação, batizada de "Prometeu", alude ao uso inadequado do fogo no Pantanal, refletindo uma mitologia grega sobre a proteção de quem abusa de poder.

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