A Receita Federal, em conjunto com a Polícia Federal, deflagrou a Operação "Crédito Pirata" nesta terça-feira (18), visando desarticular uma organização criminosa que atuava em 22 estados brasileiros, incluindo Mato Grosso do Sul. O esquema fraudulento consistia na utilização de créditos de PIS/Cofins inexistentes para simular a quitação de débitos tributários, resultando em um prejuízo de mais de R$ 1 bilhão aos cofres públicos.

Em Mato Grosso do Sul, o município de São Gabriel do Oeste registrou o maior valor em compensações indevidas, totalizando R$ 3.118.989,16, envolvendo duas empresas locais. Outras cidades do estado também foram afetadas, como Chapadão do Sul, com 19 empresas envolvidas e um montante de R$ 10.528.629,22 em fraudes.

A organização criminosa oferecia serviços de "consultoria" para redução de carga tributária, cobrando entre 30% a 70% do valor dos impostos supostamente compensados. Os valores arrecadados eram utilizados para adquirir bens de luxo, dificultando a recuperação dos recursos públicos.

A Receita Federal alerta que não existem créditos tributários "milagrosos" e que tais práticas fraudulentas prejudicam não apenas a arrecadação, mas também o ambiente de negócios, criando concorrência desleal. Contribuintes que aderem a esses esquemas ilegais podem enfrentar fiscalizações, multas e até mesmo o bloqueio de bens.

A operação continua em andamento, com a execução de mandados de busca e apreensão em diversas cidades, visando obter mais provas e responsabilizar criminalmente os envolvidos. A Receita Federal reforça a importância da denúncia de ofertas suspeitas através de seus canais oficiais.