Themis de Oliveira assumiu nesta terça-feira (7) a direção do Consórcio Guaicurus, empresa responsável pelo transporte público de Campo Grande. Um dos principais desafios do novo diretor será a negociação com a prefeitura pelo reajuste da tarifa de ônibus, atualmente em R$ 4,75. O consórcio alega defasagem no valor e busca reequilíbrio econômico, considerando o aumento dos custos operacionais, como combustíveis e salários.

Oliveira afirmou que iniciará as conversas com a prefeitura, buscando o cumprimento do contrato de concessão, que prevê revisões periódicas. "O contrato tem que ser cumprido e tem que ter uma paramétrica onde entra preço do diesel, aumento de salário", disse.

A última revisão tarifária ocorreu em março de 2022. Desde então, o consórcio afirma operar em prejuízo, agravado pela alta de 10% no preço do diesel e pelos reajustes salariais dos trabalhadores. Uma perícia contábil, determinada pela Justiça, está em andamento para avaliar a necessidade de reequilíbrio no contrato. O laudo deve ser entregue em até 150 dias.

Paulo Constantino, presidente do Consórcio Guaicurus, reforçou a necessidade de cumprir o contrato, que prevê revisão a cada sete anos. Segundo ele, a revisão prevista para 2019 não foi realizada. "O transporte mudou muito de 2012 para cá", justificou, citando o surgimento de aplicativos de transporte e a pandemia como fatores que impactaram o setor.

Constantino destacou que, mesmo com a queda no número de passageiros durante a pandemia, o consórcio manteve os salários e a frota em dia, o que gerou prejuízo. Atualmente, o consórcio pleiteia uma tarifa técnica de R$ 7,79, justificando que a tarifa ideal seria entre R$ 8 e R$ 10, valor similar ao de outras capitais.

A prefeita Adriane Lopes (PP) afirmou que a questão do reajuste será analisada em breve pela equipe técnica da prefeitura.