MS deve devolver milhões da Lei Paulo Gustavo à União
- porRedação
- 27 de Dezembro / 2024
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| Créditos: Reprodução/Fundação de Cultura de MS
Mato Grosso do Sul pode ter que devolver milhões de reais aos cofres da União por não conseguir utilizar os recursos da Lei Paulo Gustavo (Lei Complementar nº 195/2022), destinada a ações culturais. A lei, que homenageia o ator Paulo Gustavo, morto vítima da Covid-19 em 2021, previa repasse de R$ 3,8 bilhões para todo o país, com o objetivo de minimizar os impactos da pandemia no setor cultural.
O estado recebeu R$ 52,28 milhões, sendo R$ 27,2 milhões para o governo estadual e R$ 25,08 milhões para os municípios. No entanto, dados do Governo Federal indicam que parte desses recursos ainda não foi utilizada. Os municípios, por exemplo, utilizaram apenas R$ 21,5 milhões dos recursos recebidos, o que significa que quase R$ 4 milhões podem ser devolvidos.
A Lei Complementar nº 202/2023 prorrogou o prazo para utilização dos recursos até o final de 2024. Após essa data, o saldo remanescente deverá ser devolvido à União.
Para o jornalista e produtor cultural Tero Queiroz, a dificuldade na utilização dos recursos se deve, em parte, à falta de conhecimento de alguns municípios sobre como elaborar editais culturais e à crença de que não possuem artistas locais. "Estive em Ivinhema recentemente e, em dois dias, falei com dezenas de artistas", exemplifica.
Política Nacional Aldir Blanc
Além da Lei Paulo Gustavo, o Governo Federal também lançou a Política Nacional Aldir Blanc (PNAB), que prevê repasse anual de R$ 3 milhões para estados e municípios pelos próximos cinco anos. Dos R$ 40,89 milhões destinados a Mato Grosso do Sul pela PNAB, apenas R$ 3 milhões foram utilizados em 2024.