O Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) abriu inquérito para apurar a suposta influência sobre mães para que recusem cirurgias cardíacas infantis na rede pública, em Campo Grande. A Santa Casa, hospital conveniado ao SUS, relatou que algumas mães estariam sendo incentivadas a buscar procedimentos na rede privada por meio de ações judiciais.

A suspeita surgiu após a morte do bebê Caleb, no início de 2023, e a formação do grupo de apoio Instituto 1 Só Coração. O promotor Marcos Roberto Dietz investiga se existe um direcionamento para que as mães optem pela rede privada.

O inquérito também busca esclarecer a denúncia de que a fila de espera por cirurgias, com cerca de 80 crianças, poderia ser reduzida com a ampliação dos leitos de UTI na Santa Casa. Atualmente, o hospital dispõe de seis leitos, sendo quatro credenciados e dois de suporte eventual.

Gabrielle Montalvão, mãe de Caleb e integrante do Instituto 1 Só Coração, afirmou que o grupo oferece apenas apoio e troca de experiências entre mães. Segundo ela, 85% das mães do grupo buscam atendimento pelo SUS.

A Secretaria Municipal de Saúde confirmou o temor de algumas mães em relação ao serviço público e informou que pacientes de MS estão buscando atendimento em outros estados. O MPMS ainda não se manifestou sobre o andamento das investigações.