Morte de deputado paraguaio: advogado acusa MP e Judiciário de descaso e aponta irregularidades

O deputado paraguaio Lalo Gomez, acusado de proteger traficante | Créditos: Reprodução

Em entrevista à rádio ABC Cardinal, Óscar Tuma, advogado do deputado paraguaio Lalo Gomes, morto em agosto durante operação policial, criticou a falta de interesse do Ministério Público e do Judiciário paraguaios em investigar o caso.

Tuma alega que os investigadores escondem informações cruciais e que o MP e o Judiciário não demonstram interesse em  apurar a verdade sobre a morte de Gomes. O deputado, acusado de ligação com lavagem de dinheiro do tráfico, foi morto em 19 de agosto durante operação da Polícia Nacional em Pedro Juan Caballero. A polícia afirma que Gomes teria atirado nos policiais e foi abatido em resposta, mas a família do deputado nega a troca de tiros e acusa a polícia de execução.

O advogado também questiona a investigação sobre os supostos crimes financeiros atribuídos a Gomes. "A causa principal, de suposta lavagem de dinheiro e financiamento de organizações criminosas, não avança", afirmou Tuma. Ele  alega ter apresentado provas de que todas as transações financeiras envolvendo Gomes foram aprovadas por dois bancos paraguaios, o que descartaria a acusação de lavagem de dinheiro.

Um laudo pericial balístico independente, divulgado por Tuma, aponta graves irregularidades no procedimento policial. Segundo o laudo, os tiros que mataram Gomes foram disparados a curta distância, o que contraria a versão oficial.  O advogado também denuncia o desaparecimento de evidências importantes, como as imagens do corpo de Gomes no local da morte e a roupa que ele usava, que poderia conter resíduos de pólvora.

"Se abriu investigação sem sentido que terminou na morte de um deputado na mão de nossas autoridades de segurança",  declarou Tuma, questionando a seriedade da investigação e levantando a possibilidade de  infiltrados na operação.

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