Moraes ordena prisão de ex-assessor de Bolsonaro por descumprimento de medidas cautelares
- porRedação
- 18 de Junho / 2025
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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), ordenou na quarta-feira (18) a prisão de Marcelo Câmara, ex-assessor do ex-presidente Jair Bolsonaro e um dos envolvidos no inquérito sobre suposta tentativa golpista. A decisão foi tomada após Câmara violar uma medida cautelar que o impedia de utilizar redes sociais, mesmo por intermédio de advogados.
De acordo com Moraes, o advogado de Câmara, Eduardo Kuntz, comunicou ao STF que foi contatado via Instagram por Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, e que ambos trocaram mensagens. O ministro afirmou que as conversas sugerem uma tentativa de acessar informações sigilosas sobre o acordo de delação premiada de Cid, inclusive durante o período em que Câmara esteve preso anteriormente.
Moraes considerou a conduta do advogado como "gravíssima" e uma possível obstrução às investigações, determinando a abertura de um novo inquérito para apurar as ações tanto do defensor quanto do réu. A Polícia Federal (PF) já cumpriu o mandado de prisão.
Contexto: Pedido de Anulação da Delação
A prisão ocorre após Kuntz solicitar ao STF a invalidação da delação de Mauro Cid, alegando que os depoimentos não foram voluntários. O advogado relatou que Cid o procurou em janeiro de 2023 por meio de um perfil no Instagram, identificado como "Gabrielar702". Após confirmar a identidade do militar, Kuntz questionou se houve coerção nos depoimentos e se as entrevistas foram gravadas.
Segundo as mensagens, Cid teria afirmado que investigadores da PF tentaram "colocar palavras em sua boca", insistindo no termo "golpe". Ele negou que Bolsonaro planejasse qualquer ação nesse sentido e disse que evitou usar a palavra em seus depoimentos. Kuntz defende que essas declarações comprovariam a ilegitimidade da delação.
Contradições em Interrogatório
Na semana passada, durante interrogatório no STF, Mauro Cid foi questionado sobre os perfis @gabrielar702 e "Gabriela R" no Instagram, associados ao nome de sua esposa. Ele afirmou não saber se o perfil era dela e negou ter usado redes sociais para contato com outros investigados. Advogados de Bolsonaro levantaram a hipótese de que Cid teria vazado informações sigilosas por meio dessa conta.
O caso segue sob análise do ministro Alexandre de Moraes, responsável pelo processo relacionado às investigações sobre supostas ações golpistas.