Membro do núcleo golpista é preso nos EUA: Ex-comandante do Batalhão em Bela Vista/MS

Coronel Bernardo Romão Corrêa Neto | Créditos: Divulgaçaõ/EB

Bernardo Romão Corrêa Neto, coronel do Exército Brasileiro identificado como uma das peças-chave em um suposto plano de golpe de Estado no Brasil, foi entregue nesta quinta-feira (8) nos Estados Unidos, conforme reportado pelo site Metrópoles. A prisão ocorreu como parte da megaoperação “Tempus Veritatis” da Polícia Federal, que emitiu mandatos de prisão preventiva contra vários indivíduos ligados ao caso.

Corrêa Neto, que até janeiro de 2022 comandava o 10º Regimento de Cavalaria Mecanizado "Regimento Antonio João" em Mato Grosso do Sul, foi substituído pelo tenente-coronel Kenji Alexandre Nakamura. Segundo informações, o militar foi enviado aos EUA em 30 de dezembro de 2022 para uma missão oficial, financiada pelo Comando do Exército em Washington, com objetivo previsto para junho de 2025. No entanto, a permanência prolongada do coronel no exterior expressou suspeitas sobre uma possível tentativa de evitar as investigações e a aplicação da lei no Brasil, o que fundamentou a decisão de sua prisão preventiva.

De acordo com as investigações, Corrêa Neto é suspeito de ter recrutado técnicos militares com experiência nas Forças Especiais para manipular manifestações em frente a quartéis e eventos esportivos, realizando invasões em 8 de janeiro de 2023. A Procuradoria-Geral da República (PGR) revelou que durante uma reunião em Brasília, em 28 de novembro de 2022, discutiu-se o uso das Forças Especiais do Exército em um possível golpe de Estado após as eleições presidenciais. O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, e o coronel Bernardo Romão foram identificados como participantes dessa reunião, com o objetivo de tomar o poder após uma eventual vitória de Luiz Inácio Lula da Silva.

Diálogos obtidos pela Polícia Federal indicam que Corrêa Neto facilitou o convite para uma reunião, selecionando militares formados no curso de Forças Especiais. Após o encontro, uma carta foi elaborada para ser enviada ao Comandante do Exército e outros militares, na qual Corrêa Neto teve participação ativa. Além disso, as evidências revelam uma colaboração entre os envolvidos para exportar e atacar os militares que se opuseram ao plano golpista.

A PGR ressalta que os diálogos sugerem uma consciência da ilegalidade das ações, buscando ocultar provas que poderiam incriminá-los, típico de uma organização criminosa. Além disso, uma investigação revelou que Corrêa Neto desempenhava o papel de “homem de confiança” de Mauro Cid, executando tarefas além do escopo oficial do Palácio do Alvorada.

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